23.8.11

fora de portas: um dia em sintra (1), quanto vale o palácio da pena?

[Vista aérea do Palácio e Parque da Pena, em Sintra (foto com direitos reservados)]
Como os demais lisboetas, também eu, por conta dos afazeres, do trânsito, do pavor a enchentes de fim-de-semana e de outros pretextos que tais, acabo por ir a Sintra muito menos vezes do que deveria.

E, ainda assim, sempre que lá vou, muito raramente dou o tempo por mal empregue.

Felizmente, de quando em vez dou por mim a ter de fazer de cicerone a amigos de fora e Sintra, certo e sabido, faz quase sempre parte do "pacote".

No último sábado, num dia atípico de Verão — o que me deu logo a secreta esperança de encontrar a vila mais esvaziada de turistas... —, foi o que fiz.

Cumprida a visita "obrigatória" à Quinta da Regaleira — a minha atracção preferida em Sintra, assumo —, saboreadas as primeiras queijadas da Sapa e feito o reconhecimento ao centro histórico, impunha-se uma decisão: escolher um dos palácios da vila, já que não teríamos tempo, nem paciência, para visitá-los a todos de rajada numa única tarde.

[Palácio da Pena visto do parque (©pedro casquilho, todos os direitos reservados)]

Por unanimidade, o escolhido foi o Palácio da Pena.

Antes, porém, um preâmbulo. Salta à vista desarmada que, ao abrigo do programa Sintra INOVA, a vila está mais organizada e modernizada para melhor servir os turistas. Exemplos? Venda online e pontos alternativos de venda de bilhetes para dispersar as filas de espera, controlo electrónico de estacionamento, sistema de videovigilância, os principais espaços da Paisagem Cultural interligados por um anel de comunicações em fibra óptica ou até um sistema multimédia 3D da mesma.

Até aqui tudo bem. Conveniente também a criação de três linhas de autocarros que, a intervalos regulares, percorrem as principais atracções de Sintra e arredores, dispensando o uso do automóvel.

Animados por esta perspectiva, apanhámos o autocarro que faz o Circuito da Pena e logo nos foi cobrado, à cabeça, €5 por ida e volta. "Meio Salgado" poderiam ter dito os meus amigos brasileiros, mas educamente não soltaram um ai e até elogiaram o serviço.

De facto, funciona bem. Mas chegados à entrada do Palácio da Pena, cobraram-nos mais €12 por pessoa (bilhete normal de adulto, sendo que existem várias modalidades, inclusive um bilhete de família por trinta e poucos euros), o que achei um exagero.

[A guarita em forma de minarete com cúpula mourisca (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

Não confundamos as coisas. O Palácio da Pena precisa ser mantido com dignidade e houve um claro investimento no parque em seu redor, que, ao contrário do que acontecia há alguns anos, pode agora também ser visitado com percursos e atracções devidamente assinaladas num mapa distribuído juntamente com o bilhete. Mas a Pena não é Versalhes e €12 parece-me um preço muito exagerado.

O pior é que não fica por aqui. Entre a entrada no complexo e a entrada no palácio dá mais de um quilómetro de subida ou descida íngreme. Não é para todos, por isso mesmo há um serviço de autocarro para assegurar o trajecto. Seria lógico que o transporte estivesse incluído no preço da entrada, não? Pois não está. São mais €2 por pessoa, ida e volta.

[O mapa distribuido à entrada, juntamente com os vários bilhetes de acesso à Pena (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

Resumo da história: €19 por pessoa. Por muito que eu goste da Pena e reconheça a sua singularidade, não posso deixar de me interrogar se vale tudo aquilo que custa actualmente. 

E é uma pena; não gosto de ter este tipo de dúvidas.

Palácio e Parque da Pena, www.parquesdesintra.pt, horários de visita: parque, das 09.30 às 20.00 (época alta) e das 10.00 às 18.00 (época baixa); palácio, das 09.45 às 19.00 (época alta) e das 10.00 às 17.00 (época baixa)

29.7.11

tascarepública

[Velharias e peças desencontradas, é esta a nota dominante da TasCaRepública, para os lados de São Bento (fotos de divulgação)]

Há quem nunca lhes tenha virado as costas, mas esses, provavelmente, não são  hoje os clientes que frequentam as novas tascas e tabernas de Lisboa. 


A cada dia que passa, a moda alastra e não deve parar tão cedo, mesmo em tempos de alardeada crise.

[A entrada, assumidamente kitsch (foto de divulgação)

Grosso modo, a fórmula parece simples e não difere muito de caso para caso, o que não quer dizer que sejam favas contadas. Às tascas e tabernas de agora, para lá do estilo garagem-sotão-arrecadação-meets-feira-da-ladra que se tornou quase um uniforme corporativo, não podem faltar bons petiscos à portuguesa (mas com um toque de novidade), uma lista de vinhos marcadamente nacional e alma convivial, essa subtileza intangível, mas determinante, para que um lugar caia no goto e outro não.

[A colecção de relógios de parede, com e sem cuco, da TasCa (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

A TasCaRepública (é assim mesmo que se escreve, tudo ao molho, para induzir ao duplo sentido sempre tão apreciado pelo humor tuga), a meio caminho entre o Rato e São Bento, conseguiu-o e vive em estado de graça desde finais de 2010, altura em que abriu as portas, em vésperas das comemorações do Centenário da República.

[foto de divulgação]

Francisco e Maria Adelaide Completo, o casal de proprietários, testaram o conceito na sua primeira tasca, a do Urso que fica para os lados do Príncipe Real, mas esta, pela sua localização, ganhou desde logo uma clientela muito especial aos almoços. Claro que ajuda ter um menu a €10 com escolha de pratos portugueses, mas não é (só) por isso que a Assembleia da República, em peso, pára ali para almoçar. O ambiente conta muito. A discrição, no melhor género as paredes-podem-ter-ouvidos-mas-fica-tudo-aqui, também.

[A ementa ao jantar (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

Aos jantares, a coisa muda de figura. Mas nem por isso é menos concorrida. Durante meses a fio, sempre que eu ou algum amigo se lembrava, à última da hora, de querer ir experimentar, dávamos, em bom português, com os burros na água. Lotada.

[A louça antiga e o couvert com broa e tremoços (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

Por fim, numa destas noites mais sossegadas, em que meia Lisboa se pira para outras paragens de veraneio, eis que eu e uma cúmplice habitual nestas incursões gastronómicas conseguimos o nosso intento. Aleluia.

[Tiborna de presunto (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

Com duas salas, a TasCa não é grande, mas está cheia de detalhes, alguns dos quais de gosto assumidamente duvidoso. Acho graça ao diner luminoso à entrada, a fazer pandan com um carrinho de bebé que serve de bar. Nas mesas, há cadeiras desencontradas, naperons de plástico e pratos desirmanados.

[Alheira transmontana com queijo Chèvre e geleia de tomate (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

Na carta dos jantares, já dei a entender, os petiscos são quem mais ordena, havendo apenas 4 opções de pratos de faca e garfo. A lista é grande, mas têm muita saída as tirbornas de presunto, a alheira transmontana com chèvre e geleia de tomate (frita no ponto, e não a desfazer-se), os peixinhos da horta, as pataniscas de bacalhau com molho de iogurte, os cogumelos recheados com queijo e ervas, e por ai vai.

[Espera-Maridos, a sobremesa a que os mais gulosos não resistem (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

A Carta de vinhos dá maior destaque aos tintos, com preços médios. Não era o caso naquela noite, mas acho que numa legítima tasca nunca é demais ter igualmente boas opções de vinho a copo. Se havia, não dei por elas.

No couvert, gostei do detalhe da broa, entre mais um ou dois tipos de pão, num cesto com pano bordado e dos tremoços. Típico e oportuno.

Nas sobremesas, quem lá conseguir chegar depois dos entreténs de palato, a mousse de lima é boa (mas seria ainda melhor se estivesse mais fria) e o Espera-Maridos não desilude quem aprecia doces portentosos. 

Quase 30 euros à cabeça (com vinho e uma caipirinha de aperitivo) e o sentimento de dever cumprido.

Rua de São Bento, 312, tel. 213 951 583, almoços, de seg. a sáb.,  entre as 12.00 e as 15.00; jantares, de ter. a sáb., entre as 18.30 e as 02.00

22.7.11

a nova duque d'ávila

[Snoopy Parade, na Duque d'Ávila até 15 de Agosto (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

Depois de anos e anos — tantos que lhes perdi a conta — entaipada, a avenida Duque d'Ávila foi finalmente devolvida à cidade e está, aos poucos e poucos, a apanhar o ritmo e a encher-se de vida.

As obras de alargamento da rede do Metropolitano, neste caso entre as estações do Saldanha e de São Sebastião, levou  muitos lisboetas  a evitarem-na e a procurarem alternativas, o que só penalizou ainda mais os comerciantes da zona. Muitos deles não aguentaram e fecharam as portas. 

[Snoopy Parade, na Duque d'Ávila até 15 de Agosto (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]
 
[Snoopy Parade, na Duque d'Ávila até 15 de Agosto (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

A quem resistiu, um merecido prémio. A Duque d'Ávila, além da ciclovia em pleno coração de Lisboa — luxo inédito por cá —, tem agora mais bancos para ficar a ver a cidade passar, novas esplanadas e, de dia para dia, miúdos e graúdos que se rendem às suas vantagens para passear, fazer jogging e andar de bicicleta ou patins em linha.

[Snoopy Parade, na Duque d'Ávila até 15 de Agosto (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

[Snoopy Parade, na Duque d'Ávila até 15 de Agosto (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

[Snoopy Parade, na Duque d'Ávila até 15 de Agosto (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

Isto sem contar com a Snoopy Parade, que, até 15 de Agosto, está a fazer as delícias de todos os que passam por ali e não resistem a interagir com as versões "customizadas" do célebre cachorro. As 20 estátuas, com 2,6 metros de altura, foram criadas por figuras como o humorista Herman José ou as decoradoras Graça e Gracinha Viterbo e vão ser leiloadas no final da iniciativa.

18.7.11

cinco geladarias, cinco sabores de verão irresistíveis

[A Artisani possui vários endereços, aqui a loja da Avenida Pedro Álvares Cabral, à Estrela (@joão miguel simões, todos os direitos reservados)]
Longe vão os tempos em que gelados eram coisa apenas associada aos calores de Verão; mas, admitamos, quem gosta é nesta altura do ano que se sente mais tentado a consumi-los sem moderação, ainda que não totalmente isento de culpa (as calorias, sempre elas).

Gostos não se discutem. Ainda assim vou-me permitir aqui um pequeno exercício, que podem encarar como meras sugestões.

O desafio foi simples. Elegi cinco geladarias em Lisboa de fabrico artesanal (e na maior parte das vezes de método italiano) e em cada uma delas, depois de várias provas, cheguei aos sabores que melhor rimam com este Verão nem sempre muito fiável, mas Verão para todos os efeitos.

[O limão com framboesa, a cereja no topo do copo médio do Santini (@joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

Abro as hostilidades com a casa Santini (já devidamente apresentada, por sinal, num dos posts mais lidos de sempre), onde a minha preferência vai para o sabor limão com framboesa. Uma combinação certeira, para quem não estranha uma nota acidulada, a que gosto ainda de juntar outros dois campeões estivais: meloa e maçã verde.

[Neste cone da Ice Dreams, à canela (mais clara) juntei ainda o famoso doce de leite e uma colher-amostra do sabor maracujá (@joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

Segue-se uma geladaria também repetente neste blog, a Ice Dreams, que tem tentado incutir nos lisboetas um gosto pela tradição argentina. E o verbo tentar não é aqui empregue à toa, pois a impressão que me fica é que esta casa ainda não encontrou a fórmula certa para cativar mais público (também não ajuda serem mais caros). E é pena, pois os seus gelados têm qualidade. Entre os meus favoritos para esta época, sem dúvida, o sabor a canela. 

[O cone mais largo da Conchanata, em Alvalade, com os sabores de coco e pistache (@joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

A próxima paragem, reconheço, é uma escolha sentimental. Boa parte da minha infância foi passada no bairro de Alvalade e quase na esquina de casa habituei-me a ter na geladaria Conchanata (av. da Igreja, 28a, encerra às 23.30) um porto seguro. Só eu, não; toda a família. A casa abriu em 1948, na melhor tradição italiana, e desde então aperta-se como pode no pouco espaço, sempre sem mãos a medir para atender as várias gerações que por ali passam. Esta geladaria vale sobretudo pelas suas especialidades, a conchanata e a cassata, mas a eleger um sabor, escolho o de pistache, com pedacinhos.

[Como resistir ao limão com manjericão da Artisani? (@joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

Em boa hora, a Artisani deixou apenas de produzir para restaurantes e resolveu abrir ao grande público, já com várias lojas em Lisboa e arredores. São, no presente, dos melhores gelados da capital. Gosto de vários sabores, mas para me refrescar, não tenho o menor pejo em eleger limão com manjericão. Há mais quem o faça, mas a proposta da Artisani é, até ver, imbatível. Destaque ainda para a linha light.

[Noz com ameixa preta, uma combinação possível na Fragoleto (@joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

Por último, uma casa que tem feito um percurso discreto, mas consistente, em grande parte por se encontrar numa das ruas mais movimentadas da Baixa lisboeta. A Fragoleto, como a Ice Dreams também cobra mais caro, mas possui um bom acervo de sabores de inspiração genovesa. Dos que provei recentemente, o meu destaque vai para a ameixa preta.

6.7.11

fora de portas: a ementa de verão da fortaleza do guincho



Antes que me perguntem o que faz a foto de um bravo Írio a abrir este post dedicado à nova ementa estival do restaurante da Fortaleza do Guincho, permitam que me explique.

Nada acontece aqui por acaso.

E, claro, há uma razão — lógica, entenda-se — para a associação de ideias Írio-champanhe Ruinart Brut. Melhor, para a associação de sabores ou, como agora se diz e escreve, para a "maridagem".

É que entre outros pequenos acepipes servidos como canapés, foi precisamente o Írio marinado, em delicadas colheres de porcelana branca, que mais "ahhhs" e "ohhhs" arrancou ao pequeno grupo — no qual tive o privilégio de ser incluído — intimado a degustar, em primeira mão, alguns dos pratos mais emblemáticos da carta em exercício desde o dia 30 de Junho.

E o Ruinart Brut, produzido pela mais antiga casa de champanhe, abriu a comilança. Estupidamente gelado, como convém nestas coisas.

Um começo promissor.

[Chef Antoine Westermann fotografado no Guincho (foto com direitos reservados)]

Até porque não é todos os dias que temos Antoine Westermann, que vive em França, a supervisionar a cozinha. Em post recente — cuja leitura recomendo a quem quiser saber um pouco mais sobre a dinâmica da dupla Westermann-Farges —, expliquei um pouco dos bastidores do restaurante Fortaleza do Guincho, por isso não me vou alongar em muitas mais explicações.

Importa reter que, sendo Westermann o chef consultor e Vincent Farges o chef executivo, sempre que os dois se juntam no Guincho por ocasião do lançamento das ementas sazonais (uma por estação, portanto) dá-se, mais do que a soma de talentos, um momento raro na constelação Michelin: é o dia, ou neste caso a noite, em que a estrela conquistada por Farges para a Fortaleza ganha a allure das três estrelas conseguidas por Westermann no auge da sua carreira, em Estrasburgo.

Vincent, já o escrevi antes, tem sido determinante, pela presença no terreno, para a introdução de cada vez mais produtos portugueses na alta cozinha do Guincho. Mas Westermann, no papel de consultor que fica a uma distância mais segura, tem-se mostrado receptivo à ideia e comunga, até pelo que disse durante o jantar, do entusiasmo do seu jovem pupilo. Sobretudo no que diz respeito ao nosso peixe.

A expectativa para esta ementa era, por isso, ainda maior, até porque é no Verão que mais nos apetece peixe e mariscos.

[O polvo, servido como entrada (©paulo barata, todos os direitos reservados)]

Logo a abrir, a dupla não desiludiu, presenteando-nos com sardinha assada com especiarias, caviar de beringela e molho de ervas e polvo marinado em vinagrete à algarvia, com raspas de ovas secas.

[A versão haute cuisine dos pézinhos de coentrada (©paulo barata, todos os direitos reservados)]

A entrada seguinte é mais uma re-interpretação da cozinha portuguesa, apresentada, como seria de esperar, com uma leveza e uma técnica totalmente diferentes. Pézinhos de porco não é um prato que, por regra, agrade a todos, mas nesta versão, com legumes da Quinta do Poial em salada com coentros frescos e pão saloio torrado com azeite transmontano, desafia ideias pré-concebidas.

[O rascasso dos Açores (©paulo barata, todos os direitos reservados)]

Até aqui, foram-nos servidos como brancos um Pedra da Cancela Malvazia-Fina e Encruzado (2007) e um Tiara (2009), mantendo-se este último para acompanhar os pratos de peixe: rascasso dos Açores salteado com funcho do mar, legumes glaceados e batata ratte em vinagrete de bottarga e lavagante assado com espargos verdes e roxos, refogado de girolles e paia alentejana.

[É assim o rascasso (foto com direitos reservados)]

O rascasso despertou a curiosidade geral, já que muitos dos presentes não o conheciam, mas é um peixe de hábitos nocturnos relativamente comum nas nossas águas. O mesmo aconteceu com o funcho do mar, mas, nesse caso, foi facilmente resolvido o enigma. A planta cresce nas rochas do Guincho e o chef prontificou-se, na hora, para ir ao local colher uma amostra que, depois, passou de mão em mão.

[O funcho do mar, também conhecido por murtinheira (foto com direitos reservados)]

No Guincho é assim, uma aula ao vivo e a cores.

[O lavagante (©paulo barata, todos os direitos reservados)]

Quanto ao lavagante, acompanhado pelos deliciosos girolles (fungos em forma de corneta, com um sabor levemente apimentado), como alguém disse, muito a propósito, "we have a winner". Sem dúvida, um dos melhores pratos da nova ementa.

[O peito de pombo (©paulo barata, todos os direitos reservados)]

Encerrada a primeira etapa, altura de passar ao tinto, um Quinta das Marias Reserva Touriga Nacional (2007), ideal para acompanhar o peito de pombo Royal de Anjou assado, com legumes guisados com amêndoas e tâmaras, coxa em “pastilla” perfumada com limão confitado.

[A sobremesa de frutos vermelhos (©paulo barata, todos os direitos reservados)]

Como pré-sobremesa, pêssegos escalfados com lúcia-lima, Arlette estaladiça e gelado de lúcia-lima, ao que se segue, com um Porto Graham’s Six Grapes,  a Bábá com Kirsch velho da Alsácia com frutos vermelhos e sorvete de framboesa-cassis. Um toque final em homenagem às raízes alsacianas de Westermann.

Para rematar, acrescento que todos estes pratos estão disponíveis, entre outras sugestões, na carta de Verão do Guincho, a ser consultada aqui.

Estrada do Guincho, Cascais, tel. 214 870 491, todos os dias, almoços entre as 12.30 e as 15.30 e jantares entre 19.30 e as 22.30
Experimente também fazer a sua reserva através da Best Tablesaqui

5.7.11

baixa house

[Sala de estar do apartamento Estrela (foto de divulgação)]
Quem vem de fora, vê sempre as coisas de uma outra forma. Inclusive as cidades.

[Apartamento Belém, com sofá da Ikea, cadeiras nórdicas e banco de jardim francês (foto de divulgação)]

Nos últimos anos, os albergues e os B&B, cuja oferta era escassa e desenxabida em Lisboa, não só proliferaram como evoluíram para formas muito mais sofisticadas. Porque ser em conta não tem de ser sinónimo de falta de estilo ou imaginação.

[Quarto do apartamento Gulbenkian (foto de divulgação)]

Entre os novos B&B, um dos primeiros a surgir foi o MiCasaenLisboa, gerido pela espanhola, mas lisboeta de adopção, María Ulecia, que também foi mentora de pequenos hotéis de charme como o La Parra, em Badajoz.

[Detalhe do apartamento Belém (foto de divulgação)]

Agora, a novidade é outra. María Ulecia ajudou o arquitecto paisagista Jesús Moraime a dar forma ao projecto Baixa House, instalado num prédio pombalino de cinco andares na esquina das ruas do Fanqueiro e da Conceição, que conta com 12 apartamentos para arrendar à noite (a diária inclui o pequeno-almoço, caseiro e saudável).

[Apartamento Jerónimo (foto de divulgação)]

Tudo começou em 2007, quando Moraime, que adora Lisboa desde criança, se apaixonou pelo edifício antigo e encarregou o arquitecto português José Adrião da sua conversão. Mantiveram os frisos de azulejos, as vigas de madeira nos tectos, os soalhos e toda uma série de coisas que lhe dão carácter. Na decoração, Ulecia propôs a Moraime eleger 12 parques lisboetas e transformá-los em tema de cada um dos 12 apartamentos.

[Apartamento Príncipe Real, com foto dos jacarandás, banco de jardim e cadeiras metálicas de exterior (foto de divulgação)]

Para levar esta última empreitada a bom termo, dois outros espanhóis, expatriados em Lisboa, assinaram o design de interiores. São eles Juan de Mayoralgo e Javier Carrasco, da Ugo, que recorreram ao eBay, à Feira da Ladra, a antiquários, a produtos artesanais — como mantas de lã da Guarda, tapetes de Monsaraz ou serviço de louça da Bordalo Pinheiro — e a toques mais contemporâneos — como o papel de parede pintado por Josef Frank — para atribuir uma personalidade própria a apartamentos que levam agora o nome de Gulbenkian, Príncipe Real ou Ultramar.

[Cozinha e sala do apartamento Ultramar (foto de divulgação)]

Rua dos Fanqueiros, 81, tel. 91 909 0895, diárias desde cerca de €100
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