11.3.11

ice dreams

[A Ice Dreams propõe a degustação de gelados e vinho (foto de José Carlos Carvalho, D.R.) e está instalada no Princípe Real]


A tarde chuvosa convidava, porventura, a outro tipo de aconchego, o que pode explicar, em parte, o facto de ter ido encontrar a Ice Dreams vazia. Mas, a ser essa a razão, não partilho dela, pois nem tudo ali gira à volta dos gelados — embora sejam eles, e muito bem, o principal chamariz —; e mesmo se assim fosse há muito que está ultrapassada, felizmente, a ideia de que gelados e Inverno não combinam.
Foi por pensar assim que João Martinho, sócio-gerente, abriu as portas, em finais de Janeiro, na rua da Escola Politécnica, a meio caminho entre o Largo do Rato e a Praça do Príncipe Real. Nos últimos meses, muitas são as novidades que têm sacudido o pacato, mas cada vez mais desejado, bairro lisboeta, mas faltava-lhe uma geladaria de conceito personalizado, inspirada no que se faz em Buenos Aires, onde João Martinho viveu por dois anos.
Da capital argentina, por certo devido à influência da imigração italiana e pela grande variedade de frutas frescas, chega-nos uma outra forma de degustar e entender os gelados e sorvetes. De lavra artesanal, na primeira categoria encontramos sabores como o chocolate, a nata, o queijo de figo, a baunilha do Taiti, o mascarpone com frutos do bosque, a mousse de limão com gengibre, o doce de leite ou o zambaglione (estes dois últimos são dos mais apreciados na Argentina), ao passo que nos sorvetes, mais leves, temos a tangerina, a amora, o morango ou o maracujá.
No total, são cerca de 20 variedades (1 sabor: €2,30; 2 sabores: €3,80; 3 sabores: €5,10; frutas e/ou toppings à parte), mas aconselho a optar por um dos menus de degustação que permitem saborear trios (a €3,80). Optei pela Colecção Silvestre (amora ou morango, alfazema e alecrim), que não me fez esquecer os do Santini, mas dar-lhes-ei uma nota de crédito e qualquer dia regresso para provar o Gourmet Dreams (queijo de cabra, queijo de figo e mousse de limão com gengibre) e a Tentação (três variedades de chocolate).
O propósito de fazer da Ice Dreams uma proposta para todo o ano sai ainda reforçada com a possibilidade de degustar gelados combinados com um copo de vinho (€4) ou um cálice de Porto Tawny (€4,60) — acredito que possa resultar, mas não foi desta ainda que o (com)provei —, de os levar para casa (embalagem de 0,5l a €10 e embalagem de 1l a €19) ou ainda de os beber em versão de batido (€4,50).
O espaço, sob o comprido, é desafogado sem ser grande, mas dá para nos sentarmos, folhearmos uma revista e ficarmos um pouco à conversa ou até simplesmente a ver quem passa na rua. Não fiquei deslumbrado, mas é agradável e reserva mesmo uma área na parte traseira para exposições temporárias. Ajuizada, e oportuna, parece-me a ideia de não terem limitado a oferta aos gelados e seus derivados, apostando igualmente na vertente de pastelaria (além de brownies, gaufres, crepes, há também chocolate para beber, smoothies e bombons de autor). É que estamos em Lisboa, e não em Buenos Aires, e é bom ter em conta os nossos hábitos e manias.

Rua da Escola Politécnica, 21, de seg. a qui., das 10.30 às 21.oo, aos sáb., das 10.00 às 22.00, e aos dom., das 10.00 às 20.00

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