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29.1.12

as novidades da eric kayser: pães temáticos e brunch aos fins-de-semana e feriados

[A Eric Kayser de Lisboa aposta nos pães desde a primeira hora (foto de divulgação)]

"Numa casa portuguesa fica bem, pão e vinho sobre a mesa."

Tudo isto é fado, mas na Eric Kayser lisboeta — de quem falei aqui não faz muito tempo — não querem saber de tristezas e já descobriram o ponto fraco dos portugueses.

Sim, somos gulosos, mas quem nos tira o pão, tira-nos quase tudo.

[Pães há muitos, mas a Eric Kayser gosta de uma novidade (foto de divulgação)]

Vai dai, os dois sócios da primeira loja em solo nacional — que, até segunda ordem, não se descosem sobre quando e onde vão abrir a nova loja da Eric Kayser, também em Lisboa — tiveram uma ideia de truz.

[Além da linha habitual, um pão especial a cada mês (foto de divulgação)]

A par da linha habitual de pães, disponíveis todos os dias, a Eric Kayser decidiu casar cada mês do ano com um pão especial. A saber:



JANEIRO
Pão com Passas (em formato diferente)
FEVEREIRO
Pão com Chouriço
MARÇO
Pão Ekmek (pão turco com mel)
ABRIL
Pão Ekilibrio
MAIO
Pão Meridional (com tomate seco e azeitonas)
JUNHO
Pão com Sardinhas
JULHO
Pão com Tâmaras
AGOSTO
Pão com Tâmaras
SETEMBRO
Chapata
OUTUBRO
Baguette dos Esquilos (com avelãs, ameixas secas, passas e manteiga)
NOVEMBRO
Tarteflette (pão com queijo e toucinho)
DEZEMBRO
Pão com Castanhas

O pão de Janeiro já foi, eu sei, mas meses há muitos. E, pelos vistos, pães também. 


Pelo menos na Eric Kayser, que acaba ainda de anunciar uma outra novidade para os fins-de-semana e feriados: brunch parisiense ao preço imbatível de €9 por pessoa.

[O brunch parisiense (foto de divulgação)]

A proposta, servida até às 15 horas, inclui: ½ baguette Amoreiras; croissant ou pão com chocolate; café, galão, meia de leite ou chá; sumo de laranja natural; compota e manteiga; ovos mexidos com tomate confitado e salmão fumado ou presunto.

Amoreiras Plaza, rua Silva Carvalho, 321-lj C, tel.: 211 927 894, de seg. a dom., entre as 07.30 e as 20.30

6.12.11

6ª edição do príncipe real live: city lights (8-10.12.11)


Não tenho memória de uma época pré-natalícia tão animada como esta.

Tendo em conta a conjuntura atual, o facto pode parecer um contra-senso; para muitos, estou certo, será mesmo até encarado como uma espécie de provocação.

Eu, chamem-me otimista, prefiro encarar tudo isto como uma demonstração de inconformismo, de criatividade e de, porque não?, de espírito solidário.

[AR-PAB Antiques, uma das lojas participantes no Príncipe Real Live (foto de divulgação)]

Porque não se trata de um mero apelo ao consumismo, vai mais além. O pretexto das compras de Natal (privilegiando o comércio local) é, neste e noutros casos, aproveitado para levantar o ânimo da cidade, proporcionando aos seus moradores e aos seus visitantes animações de rua, bem como nas lojas participantes, alusivas à quadra.

Temos o costume de dizer que a adversidade espevita e estimula os sentidos. Pois bem, isso só aumenta a minha curiosidade em relação à 6ª edição do Príncipe Real Live.

[O jardim da Praça do Príncipe Real (foto de divulgação)]

O tema escolhido foi "City Lights" e o evento natalício vai tomar conta das principais artérias do Princípe Real durante os dias 8, 9 e 10 de Dezembro.


Mais do que ruas engalanadas (o que já não seria mau, tendo em conta os cortes introduzidos pela CML a reboque da crise), as principais lojas, galerias e outros espaços de interesse público no eixo Praça do Príncipe Real-Rua da Escola Politécnica-Rua D. Pedro V vão ficar abertos até às 23.00 e acolher eventos tão diversos como exposições de arte, pintura, jóias, música ao vivo, degustações, entre outras coisas.

[Um dos quiosques que animam a Praça do Príncipe Real (foto de divulgação)]

Em resumo, a ideia é passar um bom bocado e levar as pessoas a passear num bairro que tem sabido reinventar-se. 

A programação é extensa, mas posso destacar as que me ficaram mais debaixo d'olho:

* Iluminação das árvores do Jardim na Praça do Príncipe Real  e montagem de uma árvore de Natal de grandes dimensões, que terá a particularidade de ser feita com materiais recicláveis e de ter como autor o artista plástico Alexandre Bobone. 
*Angariação de roupa e bens de primeira necessidade para a associação sem fins lucrativos Riso, que apoia a população carenciada da freguesia das Mercês.

[Fachada da loja Carla Amaro (foto de divulgação)]

*Carla Amaro (Rua de São Marçal,107): apresentação da colecção "Jingle Bells"; campanha troca de Natal (troca de peças antigas por vales de desconto); oferta de bebidas espirituosas e amuse-bouche sucrée.

[Convite do Orpheu Caffé (foto de divulgação)]

*Orpheu Caffé (Praça do Príncipe Real, 5-A): nos três dias, "Ophélia no Orpheu Caffé" (a partir das 17.00); no dia 8, apresentação do "Chá das 5" e Cocktail Hendricks (das 19.00 às 21.30); no dia 9, "Vinyl Seesions" com Dj Joaquim (a partir das 20.00) e degustação de caipirinhas (das 17.00 às 19.00); no dia 10, contador de histórias da "Orpheu Mini" (16.00), mini feira do livro (parceria do Orpheu Caffé com as edições "Orfeu Negro") e mercado vintage (até às 18.00).

[D'ici et Là (foto de divulgação)]

*D'ici et Là (Rua D. Pedro V, 93-95): cocktail de inauguração do Evento Principe Real "City Lights" (dia 8, às 18.00); Promoção Especial "d'ici et là” oferece um voucher de €25 por compras superiores a €250 (só pode ser usado só em Janeiro 2012); exposição de Fotografia -LOVE-, de Sabrina Strauss.

[Fabrico Infinito (foto de divulgação)]

*Montra viva @Fabrico Infinito/Babel (Rua D. Pedro V, 74): Sancha Trindade escolheu a Livraria Babel Fabrico Infinito, ou mais precisamente a sua montra, para criar um espaço vivo e à mostra de todos, onde, entre outras coisas, serão servidos jantares num espírito de partilha (convidados para jantar às 20.00, demais ações entre as 18.00 e as 23.00).

5.12.11

empadaria do chef


O jovem chef José Avillez tardou, mas arrecadou.

Durante um bom tempo, após a sua saída do restaurante Tavares, o que apanhou muito boa gente de surpresa, interrogámo-nos sobre os seus planos futuros, pois ninguém acreditava que, conquistada a primeira estrela Michelin, ele ficaria muito tempo afastado das luzes da ribalta.

[Empadaria do Chef, o mais recente negócio de José Avillez (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

Na verdade, o regresso do chef às grandes lides demorou mais do que previsto, mas tudo indica que esteja para muito breve — fala-se em meados de Dezembro — a abertura do restaurante Belcanto.

Do Belcanto falarei a seu tempo.

[O negócio das empadas nasce de uma parceria entre Avillez e a H3 (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

Neste meio tempo, Avillez não esteve propriamente parado, pois foi tocando o seu catering, deu o ar da sua graça em vários eventos e, mais recentemente, voltou a chamar a si todas as atenções por conta da inauguração do Cantinho do Avillez, ao Chiado.

Ainda não fui até lá conferir pessoalmente, mas, a fazer fé nos que se ouve e lê, é um sucesso de público e de crítica.

[Empadas de 200gr em oito versões de recheios diferentes (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

Avillez já provou ser talentoso — e tem a seu favor o aval de figuras ilustres, e acima de suspeita, como o gastrónomo José Bento dos Santos, seu padrinho, ou o suprachef Ferran Adrià, junto de quem estagiou —, mas também tem dado mostras de ter olho para o negócio e de não ser desprovido de sentido prático.

A sua mais recente incursão no negócio das empadas é a prova disso.


O primeiro, e até ver único, ponto de venda abriu, há alguns dias, na praça de restauração do Centro Comercial Colombo e atende pelo nome óbvio de Empadaria do Chef.

Avillez num centro comercial, entre cadeias de fast food?!

[Além das empadas, mousse de lima e bolo de chocolate nos doces (foto de divulgação)]

Isso mesmo e, arrisco-me a acrescentar, não é por ai que lhe vão cair os parentes na lama. Sem pruridos, Avillez mantém, a par da consultadoria e do catering, um serviço de take-away de refeições frescas e congeladas.

A Empadaria do Chef nasce do seu gosto pelas empadas e, em tempo de vacas magras, pela oportunidade de negócio em parceria com um quarteto de peso — a saber: Nuno Bonneville Van Uden, Albano Homem de Melo, António Cunha Araújo e o chef Vítor Lourenço — que fez da cadeia de hambúrgueres gourmet H3 um sucesso dentro e fora de portas (depois de Espanha e Polónia, a H3 chegou ao Brasil via franchising).

[Por fora, são todas iguais e pesam 200gr (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

Com bordões e layout bem esgalhados, além da imagem XXL do chef  estampada como parte assumida da estratégia de marketing, a unidade é agradável à vista.

O conceito, simples e aparentemente eficaz. Empadas de 200 gramas, com massa bem crocante e recheios desenvolvidos por Avillez que vão do clássico ao exótico quanto baste: galinha, cozido à portuguesa, camarão salteado, frango thai, alheira e grelos, vitela, espinafres e bacon, bacalhau à portuguesa e ainda legumes e requeijão.

[O recheio da empada de frango thai (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

Oito versões, que podem ser degustadas a solo ou como refeição, entre os €5,95 e os €7,50, com direito a dois acompanhamentos a eleger entre batata palha caseira, arroz e salada, mais uma bebida H3 (a limonada sai bastante) ou água.

Provei a empada de frango thai e devo dizer que fiquei freguês. Sempre gostei de empadas, mas não de todas as empadas.

[Quem não gosta de comer em centros comerciais, pode levá-las para fora (foto de divulgação)]

As do Avillez barra H3 cumprem todos os requisitos de uma boa empada — massa crocante e sequinha; recheio bem temperado e abundante (empadas ocas por dentro, quem nunca padeceu dessa decepção!) — e ainda com o bónus de surpreenderem nos recheios.

E aqueles que torcem o nariz à ideia de comer num centro comercial, têm bom remédio: levá-las para casa, ou para onde bem entenderem, devidamente acondicionadas em caixas de papelão catitas.

Centro Comercial Colombo, Av. Lusíada , todos os dias, entre as 11.00 e as 00.00 

7.9.11

nuno baltazar pop store na fno lisboa 2011 (8 a 10.09)


Não me vou alongar muito sobre a Fashion's Night Out, mas entre todos os eventos que vão tomar conta da cidade, acho que vale pena falar um pouco da Nuno Baltazar Pop Up Store.

Sei que muita boa gente já perdeu a paciência para esta coisa das lojas pop up, que pipocam ao sabor das modas, mas, tendo em conta o foco da FNO e que a iniciativa do designer Nuno Baltazar não se vai limitar à tarde e noite do dia 8 — a loja tem prazo de validade, mas prolonga-se até dia 10 de Setembro, entre as 10.30 e as 19.30 —, justifica que se lhe dê ao menos o benefício da dúvida.

Instalada no nº60 da rua Garrett, ao Chiado, a loja temporária  vai trazer até à capital portuguesa aquilo que, por regra, só se encontra na matriz do Porto. À venda estarão peças da coleção feminina, mas também velas, acessórios, perfumes para a casa e até livros de lifestyle. A preços de amigo, prometem.

Ah, e quem os visitar no dia 8, entre as 19 e as 23 horas, vai ser recebido com uma bebida de boas-vindas.

17.4.11

solar do vinho do porto lisboa

[Os dois ambientes do Solar do Vinho do Porto, ao Bairro Alto, depois da intervenção do designer Paulo Lobo (fotos D.R.)]


Quando moramos numa cidade, é comum acabarmos por deixar de fora lugares e actividades que, com ou sem razão, rotulamos de "coisa para turista". Comigo não foi, não é, excepção, mas o facto de ter vários amigos de fora que me visitam com alguma regularidade obriga-me, de quando em vez, a repensar certas escolhas e a considerar programas que, de outra forma, jamais faria. Foi assim que, há uns bons anos, descobri o Solar do Vinho do Porto, ao Bairro Alto, cuja entrada se faz pelo Palácio do Ludovice, mesmo em frente ao Elevador da Glória e ao miradouro de São Pedro de Alcântara, dois outros pontos turísticos que já perdi a conta de ter mostrado. 


Na época, sempre achei o ambiente "cavernoso" do solar algo soturno e pesado, mas em mais nenhum lugar da cidade se conseguia provar a copo, e por preços muito aceitáveis, praticamente todos os tipos e categorias de vinho do Porto e do Douro.


A verdade é que, passado um certo tempo, nem mesmo os meus amigos gringos foram mais pretexto para incursões esporádicas ao solar. Fui deixando de ir até que, inevitavelmente, me esqueci dele.


Não devo ter sido o único. Tudo bem, a clientela nacional nunca foi o forte desta casa, que conta com 85% de frequência estrangeira, mas o espaço tinha potencial para mais e os responsáveis acabaram por rever a sua filosofia. E eis que, com 65 anos recém-completados, o Solar do Vinho do Porto, mais do que virar a página, se repaginou e me fez ali voltar sem sequer precisar — detalhe importante — da desculpa de estar a fazer as vezes de cicerone.


Reaberto no começo do ano, o solar diz-se agora um "bar de luxo" e recorreu ao designer Paulo Lobo — com loja própria no Porto, onde assina alguns dos restaurantes mais emblemáticos da Invicta — para ficar à altura das intenções. Na sala principal, o mobiliário original foi restaurado e mantiveram os tectos abobadados e com vigas, mas a decoração é  assumidamente contemporânea e salta à vista o verde-inglês aplicado nas novas garrafeiras que revestem praticamente todas as paredes do espaço (além de bar, o solar também é loja). Mais escondida, mas muito impactante, a sala de provas mistura, do chão às paredes, diferentes tons de azul, pois o designer tomou como mote os bonitos azulejos do século XVIII ali existentes.


Voltando ao salão principal, que acaba por ser a sala de visitas, devo dizer que, ao vivo e a cores, não é tão bem conseguido como as fotos nos levam a supor, mas a mudança foi, sem dúvida, para muito melhor. A lista de vinhos disponíveis ascende aos cerca de 300 rótulos (estando representadas 60 empresas da região), com preços que vão de €1,50 a €26,20 por cálice. Para acompanhar, produtos de fumeiro (€6-€16) ou queijos (€4,50-€8) tipicamente portugueses.


Por mim, elejo doravante o solar para uma happy hour ou começo de noitada no Bairro, pois continuam a não ser muitos os bares onde se consegue beber um Porto Tónico por €2,30 ou uma Caipiporto por €2,50. Mas fica um último reparo: se a ideia é atrair mais locais, talvez seja bom os empregados se absterem de falar entre si, e em voz alta, de assuntos particulares. Informalidade sim; sem noção, nunca.

Rua São Pedro de Alcântara, 45, tel. 213 475 707, de seg. a sex., das 11.00 às 00.00, aos sáb., das 14.00 às 00.00. Encerra aos dom. e feriados.

24.3.11

eureka shoes store






[Montra da Eureka Shoes (foto de JMS), ao Chiado, e interior da loja (foto de divulgação); abaixo: colecção masculina (foto de divulgação)]



Depois de várias lojas e até um outlet mais a norte, eis que, desde Dezembro de 2010, Lisboa já conta com a sua primeira loja Eureka Shoes. No começo da rua Nova do Almada, quase a tocar na da Conceição, não chama logo à atenção, mas quem sabe ao que vai não tem como se enganar. 

Criada em 2009, esta rede de sapatarias é um negócio de família e distingue-se das demais por ter como principal alvo uma clientela mais urbana e atenta às tendências da moda que também passam, pois então, pelo calçado.

A loja de Lisboa tem dois ambientes (à entrada estão as colecções masculinas, na retaguarda ficam as femininas), mas a tónica comum é um ambiente pop barroco, com música de fundo, flyers e publicações de moda. Na minha última incursão, apanhei a Eureka algo desfalcada, entre uma colecção e outra, pelo que acusei a falta de opções sobretudo em matéria de ténis (ou sapatilhas, como preferirem) de nomes como o estilista Nuno Gama (que se junta a outros parceiros como Phillipe Souza ou a G-Star Raw, entre marcas próprias como a Grotesque, a Swear, a Dock Star ou a Bruut). 

Ainda assim, não foi tempo perdido. Além de uma óptima relação qualidade-preço (encontrei um modelo nacional por €99 praticamente idêntico a um outro da internacional Gant, que vira uns dias antes a mais de €160) e de trazerem designers e marcas que nem sempre se acham com facilidade na capital, destaco o facto de terem uma abordagem moderna e de apostarem em criações menos vistas, mas perfeitamente comerciais. Outra boa notícia é que, já a partir de Junho/julho, iniciam a venda online

Rua Nova do Almada, 26-28, de seg. a sáb., das 10.00 às 19.30

18.3.11

penhas douradas food & factory

[Entre os produtos à venda na PDF estão os jellies, os caramelos de mel silvestre, as línguas de gato de feijoca, o mel de rosmaninho ou o pesto de urtiga (fotos D.R.); abaixo: interior da loja, ao Chiado, foto de JMS]


Comece por decorar o número da porta, 103, e por fixar as seguintes coordenadas: um pouco abaixo dos Armazéns Chiado, na rua Nova do Almada, ao lado da Levi's e frente ao Hotel do Chiado. Caso contrário, e à falta de letreiro ou outro sinal exterior visível, o mais provável é que passe pela PDF — abreviatura adoptada pela Penhas Douradas Food & Factory — sem dar por ela.
Mas a localização é boa e o conceito tem o seu mérito. A Casa das Penhas Douradas, um projecto de turismo de charme na serra da Estrela, foi o ponto de partida para que surgisse, desde Novembro de 2010, esta pequena (mínima) loja em Lisboa. A primeira impressão é que não há muito ali para ver ou comprar, mas essa ideia, que não é totalmente descabida, dissipa-se à medida que nos vamos fixando nos detalhes e trocando dois dedos de conversa com uma das sócias da PDF, que não só explica como faz ainda questão de dar a provar muitos dos produtos à venda.
Porque os olhos também comem, é bom dizer que se nota um cuidado especial nas embalagens e na apresentação, mas a intenção não se fica nas aparências. Por um lado, e recorrendo à preciosa consultadoria do chef Luís Baena — pioneiro em Portugal da cozinha molecular —, desenvolveram uma linha gourmet que, tendo por base ingredientes naturais da serra, chega às nossas mãos sob a forma de bisnagas de mel (rosmaninho ou urze) e de pestos variados, potes de chutney de castanha, citrinos ou abóbora, geleias, torrões, biscoitos, boletos ou rebuçados. Por outro lado, foram desencantar o burel, um tecido ancestral da mesma região que está cada vez mais a cair em desuso, e aplicaram-no, em diversas cores para além do tom cru, em mantas, tapetes, brinquedos, almofadas, individuais, entre outras coisas mais ou menos utilitárias.
Entendida a dualidade da PDF, saí com uma bisnaga de mel de rosmaninho (€5) e outra de pesto de urtiga (€4,50), mas é bem provável que ali volte em breve. É que, entretanto, já pus à prova o pesto (numa massa de espinafres) e este superou largamente as minhas expectativas.

Rua Nova do Almada, 103, tel. 212 456 910, de seg. a sex., das 11.00 às 20.00, e aos sáb., das 11.00 às 19.00

11.3.11

ice dreams

[A Ice Dreams propõe a degustação de gelados e vinho (foto de José Carlos Carvalho, D.R.) e está instalada no Princípe Real]


A tarde chuvosa convidava, porventura, a outro tipo de aconchego, o que pode explicar, em parte, o facto de ter ido encontrar a Ice Dreams vazia. Mas, a ser essa a razão, não partilho dela, pois nem tudo ali gira à volta dos gelados — embora sejam eles, e muito bem, o principal chamariz —; e mesmo se assim fosse há muito que está ultrapassada, felizmente, a ideia de que gelados e Inverno não combinam.
Foi por pensar assim que João Martinho, sócio-gerente, abriu as portas, em finais de Janeiro, na rua da Escola Politécnica, a meio caminho entre o Largo do Rato e a Praça do Príncipe Real. Nos últimos meses, muitas são as novidades que têm sacudido o pacato, mas cada vez mais desejado, bairro lisboeta, mas faltava-lhe uma geladaria de conceito personalizado, inspirada no que se faz em Buenos Aires, onde João Martinho viveu por dois anos.
Da capital argentina, por certo devido à influência da imigração italiana e pela grande variedade de frutas frescas, chega-nos uma outra forma de degustar e entender os gelados e sorvetes. De lavra artesanal, na primeira categoria encontramos sabores como o chocolate, a nata, o queijo de figo, a baunilha do Taiti, o mascarpone com frutos do bosque, a mousse de limão com gengibre, o doce de leite ou o zambaglione (estes dois últimos são dos mais apreciados na Argentina), ao passo que nos sorvetes, mais leves, temos a tangerina, a amora, o morango ou o maracujá.
No total, são cerca de 20 variedades (1 sabor: €2,30; 2 sabores: €3,80; 3 sabores: €5,10; frutas e/ou toppings à parte), mas aconselho a optar por um dos menus de degustação que permitem saborear trios (a €3,80). Optei pela Colecção Silvestre (amora ou morango, alfazema e alecrim), que não me fez esquecer os do Santini, mas dar-lhes-ei uma nota de crédito e qualquer dia regresso para provar o Gourmet Dreams (queijo de cabra, queijo de figo e mousse de limão com gengibre) e a Tentação (três variedades de chocolate).
O propósito de fazer da Ice Dreams uma proposta para todo o ano sai ainda reforçada com a possibilidade de degustar gelados combinados com um copo de vinho (€4) ou um cálice de Porto Tawny (€4,60) — acredito que possa resultar, mas não foi desta ainda que o (com)provei —, de os levar para casa (embalagem de 0,5l a €10 e embalagem de 1l a €19) ou ainda de os beber em versão de batido (€4,50).
O espaço, sob o comprido, é desafogado sem ser grande, mas dá para nos sentarmos, folhearmos uma revista e ficarmos um pouco à conversa ou até simplesmente a ver quem passa na rua. Não fiquei deslumbrado, mas é agradável e reserva mesmo uma área na parte traseira para exposições temporárias. Ajuizada, e oportuna, parece-me a ideia de não terem limitado a oferta aos gelados e seus derivados, apostando igualmente na vertente de pastelaria (além de brownies, gaufres, crepes, há também chocolate para beber, smoothies e bombons de autor). É que estamos em Lisboa, e não em Buenos Aires, e é bom ter em conta os nossos hábitos e manias.

Rua da Escola Politécnica, 21, de seg. a qui., das 10.30 às 21.oo, aos sáb., das 10.00 às 22.00, e aos dom., das 10.00 às 20.00

28.2.11

a padaria portuguesa areeiro


[Bolas de Berlim, interior da loja do Areeiro (foto de Joaquim Gromicho), e pães-de-Deus, fotos D.R.]




Haja alguma coisa que corra bem e gente com motivos para estar contente nestes dias de famigerado desânimo nacional. O mapa da mina, para quem ainda não descobriu ou não ouviu falar — o que começa ser difícil, tamanha é a leva de comentários e artigos abonatórios —, fica na avenida João XXI, a meio caminho entre as praças do Areeiro e de Londres.
A Padaria Portuguesa abriu "apenas" em Novembro de 2010, mas o sucesso é tanto que já abriu caminho para uma réplica em Vila Franca de Xira. E não vai ficar por aqui. O conceito é simples: uma padaria de bairro que faz a ponte entre o melhor de uma padaria francesa e o melhor que recordamos (quem tem memória, é claro) das antigas leitarias portuguesas. A ideia é tão boa que até custa a acreditar que ninguém se tenha lembrado antes de a pôr em prática. O mérito fica, por isso, por conta de Nuno Carvalho, que largou o seu trabalho como gestor na rede de supermercados Pingo Doce para abrir este negócio.
Com a chegada da Primavera, é possível que a esplanada, instalada na calçada, seja cada vez mais disputada, mas as cestas de pães apetitosos na montra são um chamariz mais do que eficaz, atrever-me-ia a dizer, para continuar a atrair, como um íman, quem passa ao seu interior. Lá dentro, não se sentam mais do que 20 pessoas, mas, a par dos pormenores que nos remetem propositadamente para uma certa portugalidade — o mosaico hidráulico, as cestas de vime, os provérbios, a foto da ceifeira, as ardósias negras... —, a nossa atenção depressa se fixa nos dois balcões onde se alternam as fornadas de mais de trinta tipos diferentes de pães — saídos directamente do forno, as variedades vão desde os enfarinhados até às broas de milho, os com sementes e por ai fora — e a linha própria de pastelaria (produzida numa fábrica de Samora Correia) que inclui croissants (em massa de brioche ou estaladiços), caracóis, pastéis de nata, bolas de Berlim, pãezinhos de leite, pães-de-Deus (um dos cartões de visita da casa) ou as queijadas, mas também bolos médios (em quatro sabores) ou grandes (como a tarte de limão merengada) vendidos à fatia.
A qualquer hora do dia, A Padaria Portuguesa quer ser uma alternativa, por isso, e além das compotas que vende a €3 o frasco, criou fórmulas a bom preço para o pequeno-almoço (€2,50), o almoço (€4,90 com sopa, sumo natural, dois salgados e uma sanduíche ou quiche) e o lanche (€2,50 com chá, torrada e um bolo médio). Por €2,90 é igualmente possível provar dois bolos. Enfim, várias combinações e possibilidades que enchem a casa, esgotam diariamente muitos produtos e não dão descanso aos quatro empregados que atendem ao balcão.
À hora tardia a que fui já se lia em algumas travessas vazias "Era tão bom que acabou". Para rematar, apetece-me acrescentar: esta padaria é tão boa e faz já tão parte da vida deste bairro que nem parece que nasceu só ontem.

Avenida João XXI, 9, todos os dias, das 8.00 às 20.00

17.2.11

citycakes (encerrou)


[Interior da loja, em Campo de Ourique, fotos D.R.]




Tenho um amigo brasileiro que, com humor e um timing dignos de registo, definiu os cupcakes como "uma espécie de muffin afrescalhado", o que, traduzido para o nosso português, dá algo como "queque amaricado".
Brincadeiras à parte, os cupcakes, que já deixaram de ser novidade faz tempo, continuam a despertar a atenção por cá e a motivar empresários de primeira água a arriscarem a sua sorte neste negócio.
Foi o que aconteceu agora com três amigos — a Sofia, a Carla e o Duarte, como se pode ler na página do Facebook — que, inspirados pelo conceito e pela marca existentes em cidades como Nova Iorque ou Londres, abriram a primeira loja CityCakes em Campo de Ourique, na Ferreira Borges, quase na esquina com a Coelho da Rocha.
Quando vi as primeiras imagens do espaço, gostei do layout (arquitectura de Marco Nascimento e design de Miguel Trindade), mas achei um pouco frio e despedido. In loco, a impressão não se alterou. A localização é boa e Campo de Ourique possui, à partida, moradores e frequentadores com gosto e poder económico para justificar este tipo de comércio menos óbvio, mas o certo é que — seja por ainda se estarem a ambientar e/ou a apalpar terreno — encontrei, a meio da tarde, a CityCakes vazia de clientes e com poucas opções.
Pelo que apurei, a oferta não se limita aos cupcakes — o destaque de hoje, para além de "clássicos" como o red velvet, era o de chocolate com manteiga de amendoim, sendo que, conforme o dia ou as datas festivas, vão alternando criações como champanhe ou brigadeiro, entre outros —, havendo igualmente brownies, shortcakes e bolos maiores à fatia. Tudo produzido ali e confeccionado com ingredientes frescos, dizem, mas a sensação que me ficou foi a de ter pouco por onde escolher— o que é sempre desmotivador para quem chega pela primeira vez —, por um lado, e a de que não não me senti à-vontade (nem com vontade) para ficar a saborear o meu bolo acompanhado por um café, por outro lado. Para tal, o ambiente teria de ser outro e a opção de bebidas maior para além das únicas cápsulas de café (Nespresso?) que vi sobre o balcão.
Entendo que a logística seja complicada e respeito a aposta em querer fazer da CityCakes, antes de mais, um espaço de take-away (aliás, uma vertente importante do negócio é a encomenda de bolos personalizados à vontade do freguês), mas, arrisco-me a sugerir, não seria mal pensado mudar um pouco a filosofia de atendimento, tornar o espaço mais acolhedor (sem comprometer a imagem de marca, claro) e, importante, investir em outros complementos (como bons sumos naturais e chás, só para citar o óbvio, mas sempre apreciado) que possam funcionar também como chamariz. Porque, é sabido, uma coisa leva a outra e assim como está, pode até funcionar para quem encomenda, mas não vai cativar quem está de passagem.
Posto isto, resta-me acrescentar que pedi um red velvet para levar, pelo qual paguei €2, e que degustei minutos depois, sentado num banco da Ferreira Borges. E não fiquei convencido. Não ainda, pelo menos.

Rua Ferreira Borges, 30, tm. 91 307 2257, todos os dias (excepto domingos), das 10.30 às 20.30

29.9.10

muji chiado


[Fachada da Muji, na rua do Carmo, foto de JMS]



Sem data de abertura confirmada, tudo indica, todavia, que deve abrir as suas portas em Novembro, a tempo de ainda capitalizar a pré-época de compras natalícias.
Quem, como eu, há muito se interrogava por que razão a japonesa Muji — célebre em todo o mundo por vender produtos de marca branca, mas funcionais, com um design atractivo e um preço acessível — tardava em abrir uma loja em Portugal, pode constatar, ao passar por estes dias pela rua do Carmo, ao Chiado, que a espera está prestes a ser compensada.
Com um área total de 300 m2, dividida por dois pisos, a loja de Lisboa, que nos chega pelas mãos de investidores espanhóis, está já avançada e os responsáveis prometem não só a vasta linha de acessórios voltados para o trabalho e lazer, mas também toda a gama de produtos criados mais recentemente para a casa (mobiliário, louças, têxteis...). Agora é só esperar para ver e crer.



Rua do Carmo, 63-75

8.9.10

fashion's night out

O evento já vai no segundo ano consecutivo, mas para Lisboa, no dia 9, entre as 19.00 e as 00.00, é uma estreia absoluta, juntando-se assim a mais de uma centena de cidades espalhadas por 15 países à volta do mundo.
A ideia é a de proporcionar, fora do horário comercial e em espírito de happy hour, acesso a cerca de 90 lojas de grandes marcas nacionais e internacionais que se associaram a esta edição no perímetro entre a Avenida da Liberdade, a Rua Castilho e o Chiado. Além de descontos, que os organizadores prometem ser significativos, haverá ainda, de hora a hora, sorteio de brindes para quem efectuar compras (caso da Fashion Clinic) ou oferta de produtos (a Tease, por exemplo, anunciou no Facebook mini cupcakes de graça para acompanhar os seus cocktails).
A Fashion's Night Out, uma iniciativa promovida pela revista de moda Vogue, vai reverter parte do seu lucro para a associação Ajuda de Berço e não vai limitar a animação à festa VIP de abertura (que será apenas para convidados); nas ruas indicadas, vários Dj's vão tocar os seus sets para embalar quem passa.
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