11.6.10

orpheu caffé

[A sala contígua, com dois ambientes, fotos de JMS]


Abriu há coisa de uma semana e não podia ter escolhido melhor morada: praça do Príncipe Real, no lado esquerdo do jardim para quem vem da rua da Escola Politécnica.
A janela florida e a porta, emolduradas por uma bonita (e genuína, dizem-me) fachada de azulejos, não fazem grande alarde da sua presença, mas, com pouco tempo de vida, já há quem, como eu, vá ali de propósito movido pela curiosidade. O nome escolhido traz-nos à memória a saudosa revista do princípio do século XX dedicada à literatura, que, mesmo sem ter passado do segundo número, haveria de ser determinante para o movimento modernista encabeçado por figuras como Fernando Pessoa, Mário de Sá Carneiro ou Almada Negreiros. E mesmo que não venham a acontecer tertúlias no Orpheu Caffé, o certo é que o espaço, pensado por Rui e Gabriela - que, contaram-me, largaram uma carreira nas finanças para cumprir o seu sonho-, tem tudo, à partida, para funcionar muito bem como um novo ponto de encontro e reunião numa das zonas mais aprazíveis de Lisboa.
A sala contígua, sobre o comprido, não é muito grande, mas, sem interferirem com o balcão, criaram um espaço de poltronas, mais cosy, junto à janela e, além de várias mesinhas retro com tampos de mármore (ideais para um tête-à-tête), duas mesas maiores, a lembrar as nossas casas de jantar, surgem como ilhas destinadas a grupos mais numerosos ou a quem não se importar de as partilhar - a banqueta em veludo verde capitonado, uma das pièce de resistance juntamente com duas bonitas consolas, também senta várias pessoas, mas nesse caso é suposto que cada um esteja virado para a sua mesa.
O papel de parede florido, combinado com a pintura lilás, funciona bem - só ali destoam os extintores berrantes, que sei serem um "mal" necessário, mas gostaria de tê-los visto melhor "disfarçados" -, assim como a ementa, pequena, mas simpática e suficientemente polivalente para durar um dia inteiro. Quem for só lanchar tem à disposição sumos naturais, refrescos, torradas, tostadas, sandes, além de outras coisas comuns em cafetarias (o café, por exemplo, vem acompanhado de um biscoito caseiro); quem for para uma refeição ou simplesmente petiscar, pode contar ainda com doses de torricado de peito de peru com puré de maçã em cama de espinafres, rebuçado de queijo cabra e mel ou patanisca de alheira, entre outras sugestões. O propósito é, do pequeno-almoço ao jantar, sem esquecer quem vem para um copo e dois dedos de conversa ao final da tarde e/ou antes de ir para a noite, encontrar ali uma solução.
Por enquanto fui só a meio da tarde - e paguei €5 por um lanche composto por um sumo de morango com hortelã e meia torrada com compota e manteiga, não me tendo escapado o pormenor do naperon a fazer as vezes de individual -, mas tenciono voltar, com mais tempo, para experimentar o brunch (€15), servido aos sábados, domingos e feriados, entre as 10.00 e as 15.30. O atendimento é simpático e amável; é possível que haja ainda detalhes e coisas a afinar, como aliás ouvi uma senhora a sugeri-lo, com alguma sobranceria à mistura, é certo, na mesa ao lado, mas apetece-me indicá-lo aos amigos e conhecidos.

Praça do Príncipe Real, 5-A, de seg. a qui., das 10.00 às 00.00, às sex., das 10.00 às 02.00, aos sáb. das 09.00 às 02.00, aos dom., das 09.00 às 20.00

9.6.10

happy estefânia (encerrou)


[Fachada da Happy Estefânia, foto de JMS]




Os toldos negros com a palavra happy estampada a branco não passam despercebidos; sobretudo a quem, como eu, se tinha resignado a ver naquela esquina da Avenida Duque d'Ávila com a rua de dona Estefânia, ao Saldanha, uma farmácia fora de serviço.
Com um conceito interessante de florista low cost, a cadeia Happy, que até à data da abertura desta primeira loja na capital tinha quase sempre privilegiado os centros comerciais, pretende ser uma resposta, acessível mas igualmente tentadora, às floristas "de autor".
A ideia vem de França, onde o grupo Monceau Fleurs possui mais de 50 lojas e tem ganho vários prémios pela forma como deu um novo fôlego ao estafado mercado de flores, e passa por apresentar, diariamente, variedade e qualidade a preços acessíveis, entre os €0,20 e os €3 - sendo política da casa ter uma flor do dia.
A imagem apelativa, reforçada pela forma cuidada como as flores são expostas, funciona muito bem, pois, por experiência própria, posso dizer que quem passa, mesmo que não vá a pensar no assunto, sente-se tentado a entrar e a levar algo por impulso. A oferta vai dos nano bouquets a criações inéditas como as rosas Gargantua ou Negra, sem esquecer os vasos de plantas da praxe ou os práticos Pop&Bag, arranjos florais que trazem um dispositivo com água a servir de jarra e um saco para serem mais facilmente transportados. Fiquei freguês.

Avenida Duque d'Ávila, 27
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