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8.1.13

domingo é dia de brunch em la boulangerie by stef

[Fachada da LBBS (foto de nuno santos editada por jms)]

Ano novo, post novo. E já não era sem tempo. Os meus afazeres como coordenador editorial da revista Volta ao Mundo complicaram a minha rotina nos últimos meses de 2012, mas, entrado 2013, prometo maior disciplina e assiduidade por aqui :)

Recuando aos últimos dias de 2012, precisamente, cumpri por duas vezes um ritual que aprecio bastante: o do brunch.

Às vésperas do Natal, incauto, achei por bem aproveitar o começo frio de uma tarde de sábado para ir finalmente conhecer o brunch do Pão de Canela, ponto assente na Praça das Flores, ao Príncipe Real.

Assumo que não terá sido a melhor altura para o fazer — lotação esgotada nos dois primeiros turnos, mesas e mais mesas de grupos e famílias que ali quiseram brincar ao amigo oculto; uma ideia simpática, não fosse o facto de atravancaram tudo e de se tornarem para os demais clientes "amigos de Peniche" —, mas não fiquei convencido. O preço é realmente interessante (não chega aos 14 euros por pessoa), com direito a repetir o que se quiser no buffet, mas, embora farto, a qualidade da maioria dos produtos é sofrível, o serviço pouco atento. Resumindo: senti falta de algo mais artesanal e personalizado. Entendo que muitos elogiem a sua relação qualidade-preço, mas, por mim, prefiro pagar um pouco mais e comer um pouco menos, mas melhor. 

Uma questão de escolha (e de gosto).

[A mesa mais disputada junto à janela (foto de nuno santos editada por jms)]

E foi assim que, no domingo seguinte, em vésperas de Réveillon, aportei em La Boulangerie by Stef, numa esquina providencial da Baixa Lisboeta, na rua da Madalena.

[Atmosfera vintage na Baixa lisboeta (foto de nuno santos editada por jms)]

Aberta há pouco mais de um ano, esta padaria com ares parisienses mas sem tiques de grandeza (uma mania que tomou conta de outras suas congéneres espalhadas pela capital), não é uma novidade-novidade. Quer dizer, ainda o é para muito boa gente, mas para muitos tornou-se, por mérito próprio, um porto seguro. Daqueles onde, consoante a hora, pode não ser fácil conseguir uma mesa porque quem chegou antes simplesmente não tem pressa em partir (e nem a isso se sente obrigado).

[À janela, num domingo em que não era tarde nem cedo (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

Conhecia a casa — e a fama dos seus croissants, provavelmente (digo eu e não serei o único) dos melhores de Lisboa e arredores, nada "massudos" —, mas não conhecia o brunch, servido apenas aos domingos (das 11.00 às 16.15) e nos feriados (das 10.30 às 19.30).

[Em dia de brunch, melhor reservar mesa (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

Para grandes males, pequenos remédios. Telefonei na véspera para marcar e foi a própria Stef (Stephanie Alves) quem me atendeu. Manda a regra que se façam apenas reservas para grupos a partir das quatro pessoas, mas em LBBS, e tratando-se da simpática Stef, isso pode ser um recurso de circunstância. Mesmo estando a dois, não só me fez marcação para a uma da tarde (hora de ponta, portanto), como me perguntou se queria a mesa junto à janela. Claro que queria! Escusado será dizer que me conquistou de supetão. E antes que se apressem a tirar conclusões, esclareço: na altura, a Stef estava longe de me saber jornalista; tão-pouco interessado em escrever sobre ela e a sua LBBS. Isso foi só depois.

[Dandy, mas sem mania das grandezas (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)

Antes, a preocupação era a de não chegar atrasado e desmerecer tanto cuidado. Parisiense, mas radicada no nosso país, Stef deixou-se levar por um sentimento bem conhecido dos portugueses: a saudade. No seu caso, a saudade de comer uns bons croissants e pain au chocolat. Da cidade de Lille, onde estagiou numa das maiores padarias, trouxe o conhecimento e o traquejo que precisava não para meter a mão na massa mas para saber exigir e manter o padrão de qualidade dos pães e dos doces de LBBS —  entretanto essa mesma exigência e saber-fazer fez que, falhada a tentativa de ter um padeiro português à altura da missão, Stef passasse a assumir também a confeção.

[Compotas biológicas de Azeitão e Nutella à discrição (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

A casa é acolhedora. Lembra uma padaria de bairro. Muita madeira, movéis antigos recuperados, candeeiros das décadas de 1940 e 1970, louça em grés da Costa Nova, bules em ferro, revistas para ler, apontamentos rústicos mas cheios de charme, bem como algumas soluções simples, mas inspiradas. A classe está lá, em pequenas doses, mas sem complicações e sem se armar ao pingarelho.

E são simpáticos.

[Brunch na mesa, parte I (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

A ementa do dia é escrita na ardósia e costuma haver tartines, hambúrgueres, saladas, vinhos e pães, claro. A manteiga usada na produção dos pães (duas fornadas por dia) vem de França; o chocolate (70% de cacau) do pain au chocolat da Bélgica. Detalhes que fazem a diferença. Mas também há coisas portuguesas, como os frascos de compota biológica de Azeitão (que estão sempre à disposição nas mesas, bem como a Nutella).

[Brunch na mesa, parte II (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

entre os 15 e os 17 euros por pessoa, a fórmula de brunch dá direito a uma cesta de pães, uma bebida quente (café, chás, galão ou cappuccino), um copo de sumo de laranja (a minha única ressalva: achei que em vez de um copo por pessoa poderiam dar um pequeno jarro para duas pessoas e colocar menos água no sumo...), um croissant ou um pain au chocolat (são enormes, um e outro) e um prato a eleger entre cinco opções de saladas que se combinam, caso a caso, com diferentes tipos de queijos, ovos mexidos, salmão, quiche e charcutaria — a última novidade a chegar foi a Salada com toasts e ovo cocotte com foie gras.

Por volta das duas e pouco da tarde, as mesas estavam já todas praticamente ocupadas. E nunca, em momento algum, me senti coagido a deixar livre o meu poiso privilegiado à janela. Ponto para a Stef. E para nós, lisboetas e não lisboetas, que ganhámos um cheirinho bom a Paris num dos trechos mais castiços da cidade.


Rua da Madalena, 57, tel. 936 155 742, de ter. a sex., entre as 09.00 e as 20.00; ao sáb., entre as 10.00 e as 20.00; ao dom., entre as 11.00 e as 17.00

6.9.11

sushi no terreiro do paço by origami


Conheço o restaurante Terreiro do Paço e já falei dele aqui. No regresso de férias, chegou-me a notícia de que o espaço, a cargo do grupo Lágrimas Hotels, juntou o sushi, em buffet e à la carte, às suas opções. Como ainda não fui lá para provar, vou-me limitar, para já, a transcrever o press release (abaixo) e a reproduzir o menu (acima).

O restaurante Terreiro do Paço em parceria com a Origami Sushi Bar, apresenta uma nova proposta para as sugestões de almoço junto ao rio, menus de sushi para são as melhores refeições de verão. Agora poderá encontrar as nossas sugestões de sushi ao almoço, à carta ou em buffet, e ainda ao jantar, apenas à carta, para poder escolher a sua combinação de sushi favorita.

O convite a vir provar os melhores pratos de sushi, apresenta um Menu com pratos muito variados, e está disponível por 15€ ao almoço e, de terça-feira a sábado, poderá  ainda conciliar com este menu de sushi o menu habitual do Terreiro do Paço, a combinação perfeita por apenas 18€. Se a escolha for à carta, sugerimos a degustação de especialidades Tokushitsu, com 20 tipos diferentes de sushi e que se apresenta em menus para uma ou duas pessoas, a partir dos 10€. 

Pátio da Galé, Praça do Comércio, tel. 210 995 679, de seg. a sáb., almoços entre as 12.oo e as 15.30 (a esplanada funciona todo o dia); jantares entre as 20.00 e as  00.00 (das 00.00 às 02.00 com uma carta especial)

18.7.11

cinco geladarias, cinco sabores de verão irresistíveis

[A Artisani possui vários endereços, aqui a loja da Avenida Pedro Álvares Cabral, à Estrela (@joão miguel simões, todos os direitos reservados)]
Longe vão os tempos em que gelados eram coisa apenas associada aos calores de Verão; mas, admitamos, quem gosta é nesta altura do ano que se sente mais tentado a consumi-los sem moderação, ainda que não totalmente isento de culpa (as calorias, sempre elas).

Gostos não se discutem. Ainda assim vou-me permitir aqui um pequeno exercício, que podem encarar como meras sugestões.

O desafio foi simples. Elegi cinco geladarias em Lisboa de fabrico artesanal (e na maior parte das vezes de método italiano) e em cada uma delas, depois de várias provas, cheguei aos sabores que melhor rimam com este Verão nem sempre muito fiável, mas Verão para todos os efeitos.

[O limão com framboesa, a cereja no topo do copo médio do Santini (@joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

Abro as hostilidades com a casa Santini (já devidamente apresentada, por sinal, num dos posts mais lidos de sempre), onde a minha preferência vai para o sabor limão com framboesa. Uma combinação certeira, para quem não estranha uma nota acidulada, a que gosto ainda de juntar outros dois campeões estivais: meloa e maçã verde.

[Neste cone da Ice Dreams, à canela (mais clara) juntei ainda o famoso doce de leite e uma colher-amostra do sabor maracujá (@joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

Segue-se uma geladaria também repetente neste blog, a Ice Dreams, que tem tentado incutir nos lisboetas um gosto pela tradição argentina. E o verbo tentar não é aqui empregue à toa, pois a impressão que me fica é que esta casa ainda não encontrou a fórmula certa para cativar mais público (também não ajuda serem mais caros). E é pena, pois os seus gelados têm qualidade. Entre os meus favoritos para esta época, sem dúvida, o sabor a canela. 

[O cone mais largo da Conchanata, em Alvalade, com os sabores de coco e pistache (@joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

A próxima paragem, reconheço, é uma escolha sentimental. Boa parte da minha infância foi passada no bairro de Alvalade e quase na esquina de casa habituei-me a ter na geladaria Conchanata (av. da Igreja, 28a, encerra às 23.30) um porto seguro. Só eu, não; toda a família. A casa abriu em 1948, na melhor tradição italiana, e desde então aperta-se como pode no pouco espaço, sempre sem mãos a medir para atender as várias gerações que por ali passam. Esta geladaria vale sobretudo pelas suas especialidades, a conchanata e a cassata, mas a eleger um sabor, escolho o de pistache, com pedacinhos.

[Como resistir ao limão com manjericão da Artisani? (@joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

Em boa hora, a Artisani deixou apenas de produzir para restaurantes e resolveu abrir ao grande público, já com várias lojas em Lisboa e arredores. São, no presente, dos melhores gelados da capital. Gosto de vários sabores, mas para me refrescar, não tenho o menor pejo em eleger limão com manjericão. Há mais quem o faça, mas a proposta da Artisani é, até ver, imbatível. Destaque ainda para a linha light.

[Noz com ameixa preta, uma combinação possível na Fragoleto (@joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

Por último, uma casa que tem feito um percurso discreto, mas consistente, em grande parte por se encontrar numa das ruas mais movimentadas da Baixa lisboeta. A Fragoleto, como a Ice Dreams também cobra mais caro, mas possui um bom acervo de sabores de inspiração genovesa. Dos que provei recentemente, o meu destaque vai para a ameixa preta.

5.7.11

baixa house

[Sala de estar do apartamento Estrela (foto de divulgação)]
Quem vem de fora, vê sempre as coisas de uma outra forma. Inclusive as cidades.

[Apartamento Belém, com sofá da Ikea, cadeiras nórdicas e banco de jardim francês (foto de divulgação)]

Nos últimos anos, os albergues e os B&B, cuja oferta era escassa e desenxabida em Lisboa, não só proliferaram como evoluíram para formas muito mais sofisticadas. Porque ser em conta não tem de ser sinónimo de falta de estilo ou imaginação.

[Quarto do apartamento Gulbenkian (foto de divulgação)]

Entre os novos B&B, um dos primeiros a surgir foi o MiCasaenLisboa, gerido pela espanhola, mas lisboeta de adopção, María Ulecia, que também foi mentora de pequenos hotéis de charme como o La Parra, em Badajoz.

[Detalhe do apartamento Belém (foto de divulgação)]

Agora, a novidade é outra. María Ulecia ajudou o arquitecto paisagista Jesús Moraime a dar forma ao projecto Baixa House, instalado num prédio pombalino de cinco andares na esquina das ruas do Fanqueiro e da Conceição, que conta com 12 apartamentos para arrendar à noite (a diária inclui o pequeno-almoço, caseiro e saudável).

[Apartamento Jerónimo (foto de divulgação)]

Tudo começou em 2007, quando Moraime, que adora Lisboa desde criança, se apaixonou pelo edifício antigo e encarregou o arquitecto português José Adrião da sua conversão. Mantiveram os frisos de azulejos, as vigas de madeira nos tectos, os soalhos e toda uma série de coisas que lhe dão carácter. Na decoração, Ulecia propôs a Moraime eleger 12 parques lisboetas e transformá-los em tema de cada um dos 12 apartamentos.

[Apartamento Príncipe Real, com foto dos jacarandás, banco de jardim e cadeiras metálicas de exterior (foto de divulgação)]

Para levar esta última empreitada a bom termo, dois outros espanhóis, expatriados em Lisboa, assinaram o design de interiores. São eles Juan de Mayoralgo e Javier Carrasco, da Ugo, que recorreram ao eBay, à Feira da Ladra, a antiquários, a produtos artesanais — como mantas de lã da Guarda, tapetes de Monsaraz ou serviço de louça da Bordalo Pinheiro — e a toques mais contemporâneos — como o papel de parede pintado por Josef Frank — para atribuir uma personalidade própria a apartamentos que levam agora o nome de Gulbenkian, Príncipe Real ou Ultramar.

[Cozinha e sala do apartamento Ultramar (foto de divulgação)]

Rua dos Fanqueiros, 81, tel. 91 909 0895, diárias desde cerca de €100

9.6.11

as quintas, sextas e sábados do terreiro do paço

[Os finais de tarde de sexta e sábado e as noites de quinta da Praça do Comércio estão mais animadas graças ao Terreiro do Paço (fotos de divulgação)

Não sei se serei só eu — acho que não —, mas sempre que passo pela Praça do Comércio continuo com a sensação de que ainda falta ali qualquer coisa. Qualquer coisa que lhe faça maior justiça e que a encha de vida à imagem e semelhança do que acontece praticamente em todas as Plazas Mayor na vizinha Espanha.

A inauguração do Pátio da Galé, de que já falei aqui, trouxe-lhe, bem sei, eventos como a Moda Lisboa ou o Peixe em Lisboa, além de restaurantes e esplanadas, também sei; mas, ainda assim, falta-lhe qualquer coisa. Insisto.

Isto não quer dizer, no entanto, que não reconheça mérito a algumas das coisas boas que aconteceram à praça nos últimos meses. Aliás, uma elas foi, precisamente, a reabertura do restaurante Terreiro do Paço.

[A sala de refeições do Terreiro do Paço com o seu mapa-mundo formado por postais (foto de divulgação)]

Espero, de verdade, que desta vez seja para valer. Aquele espaço merece. O Grupo Lágrimas, que começou nos hotéis antes de se lançar na restauração, é da mesma opinião, tanto que, lograda uma experiência anterior com Vítor Sobral no comando, não desistiu. 

[A decoração, despretensiosa, brinca com a ideia do "Portuguese Kitsch" (foto de divulgação)]

Manteve-se a intenção, mas, felizmente, alterou-se o conceito e a forma de estar. Porventura, perceberam, e bem, que não faz sentido ter num local eminentemente turístico e comercial um restaurante de alta gastronomia.

[O Terreiro do Paço divide-se em cinco ambientes distintos, nesta foto a sala de refeições, mais casual, e o mezanino, mais formal (foto de divulgação)]

Mas, como já outros provaram e vêm provando, um restaurante com os pés na terra não precisa ser pior. Nem menos inspirado (e inspirador, já agora). Nem lhe caem os parentes na lama por assumir uma veia mais popular, que não tem nada a ver com ser popularucho.

[A zona do bar, mais irreverente, a provar que pode haver vida nocturna na Baixa Pombalina (foto de divulgação)]

Este Terreiro do Paço assume que está num ponto turístico de Lisboa e, como tal, resolveu brincar com vários chavões associados a isso do "very typical" e do "é uma casa portuguesa, com certeza". Daí o chão branco e preto, as toalhas de plástico com padrões castiços, os copos de água das mais variadas procedências trazidos pelos funcionários do grupo — mas que fazem conjunto com os Schott Zwiesel, os copos que misturam cristal e titânio e são, pela sua resistência, o último grito para a hotelaria —, os mapas-mundo do tempo da outra senhora a contrastar com um outro gigante que se formou na parede, a pedido de Miguel Júdice, CEO do grupo, utilizando os postais trazidos pela sua avó de inúmeras viagens. 


É assim o novo Terreiro do Paço, onde se misturam ainda frigoríficos retro da Smeg, peças contemporâneas exclusivas escolhidas a dedo na Vandoma Design, caso das mesas do bar, ou que levam a assinatura de designers ilustres como os irmãos brasileiros Campana, de quem são os candeeiros (para a Skitsch).


[É no mezanino, onde só há serviço à la carte, que mais se sente o peso da história desta construção, integrada no Pátio da Galé, outrora arsenal da Marinha (foto de divulgação)]

A ementa é, também ela, uma miscelânea. Mas não uma miscelânea qualquer, bem entendido. Em vez de um chef, o grupo recorreu aos vários chefs das suas outras casas — Albano Lourenço do Arcadas da Capela, em Coimbra, Luís Casinhas da Cantina da Estrela, Miguel Oliveira dos restaurantes do Casino, sem esquecer Joachim Koerper do Eleven, todos em Lisboa — e pediu-lhes as suas melhores contribuições para criar uma carta de "Comfort Food" de inspiração lusa digna de uma tasca fina, com clássicos, releituras e algumas novidades. 

[A vista a partir do mezanino (foto de divulgação)]

Os preços, detalhe importante, são acessíveis. Dividido nas áreas de bar, mezanino, sala de refeições e duas esplanadas (uma virada para o Pátio da Galé e outra para a Praça do Comércio), o Terreiro do Paço contempla diferentes opções. Ao almoço, há serviço à la carte no mezanino e buffet (a €12) na sala de refeições; aos jantares, só há serviço à la carte; nas esplanadas e bar, além de beber, pode-se igualmente comer e petiscar durante todo o dia.

Fica, desde já, prometido para um outro post maiores detalhes sobre a ementa. Isto porque, o meu propósito é agora outro.

Apresentado o Terreiro do Paço, interessa neste momento dizer que o restaurante-bar, que já possui desde o início a presença de um Dj nas noites de fim-de-semana, se associou à ideia de elevar o fado à categoria de Património da Humanidade, criando para o efeito, todas as quintas-feitas do mês de Junho, a partir das 21 horas, uma noite temática.

[Durante o mês de Junho, as noites de quinta vão ter a fadista Cláudia Picado, acompanhada à guitarra e à viola, ao jantar (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

Por 35 euros por pessoa, nesses dias, ou melhor, nessas noites de quinta, o menu inclui de entrada uma pissaladière (uma tarte de massa folhada, mas muito fina, típica da França) de pesto com salada e queijo parmesão; como prato principal ou polvo com migas de batata e broa ou lombinho de porco com puré de cogumelos e legumes salteados; e a finalizar, na sobremesa, o emblemático leite creme da Quinta das Lágrimas. As bebidas estão incluídas, além da actuação, ao vivo, da fadista Cláudia Picado, acompanhada à guitarra e à viola, como manda a tradição.

[Pissaladière de pesto com salada (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

Às sextas e sábados, a partir de amanhã, dia 10, a novidade é outra e vai durar até 30 de Setembro. Rui Pregal da Cunha, ex-Heróis do Mar, é o responsável pela programação da iniciativa "Sunsets-Paço Música". 

[Polvo com migas de batata e broa (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

Traduzido por miúdos, isto quer dizer que, entre as 18 e as 21 horas, às sextas e sábados, repito, vão passar pela Praça do Comércio vários músicos já confirmados como Maria Liz com Tiago Pais Dias (Amor Electro), Armando Teixeira, Gomo, Nuno Mendes (Foge Foge Bandido), João Branco Kyron com Bernard Sushi (Hipnótica), Miguel Angelo ou Lengedary Tigerman com Rita Redshoes.
 A iniciativa conta ainda com o apoio do Licor Beirão, que vai servir a bebida oficial do evento (o Morangão, pois então), e a ideia é que, após os concertos, as pessoas possam jantar no Terreiro do Paço. 

Pátio da Galé, Praça do Comércio, tel. 210 995 679, de seg. a sáb., almoços entre as 12.oo e as 15.30 (a esplanada funciona todo o dia); jantares entre as 20.00 e as  00.00 (das 00.00 às 02.00 com uma carta especial)

5.6.11

top 15 atracções de lisboa pelo tripadvisor

[O Oceanário,inaugurado durante a Expo 98, mantém-se imbatível no topo das preferências de quem visita Lisboa (fotos D.R.)]


Há sempre quem questione os métodos do TripAdvisor, mas, tratado-se do maior site de viagens do mundo, não há como ignorá-lo enquanto barómetro de referência.

No que diz respeito à cidade de Lisboa, e baseado na votação emitida por milhões de visitantes, o site tornou pública a lista das 156 maiores atracções da capital pela sua ordem de popularidade.

Não vou enumerar as 156 (pode espreitá-las aqui), mas sim destacar o top 15 segundo o TripAdvisor:

1. Oceanário
[Todos os direitos reservados]
2. Fundação Calouste Gulbenkian
[Todos os direitos reservados]
3. Eléctrico nº28
[Todos os direitos reservados]
4. Mosteiro dos Jerónimos
[Todos os direitos reservados]
5. Bairro de Belém
[Torre de Belém, todos os direitos reservados]
E ainda:
6. Cascais
7. Igreja de São Vicente de Fora
8. Bairro de Alfama
9. Castelo de São Jorge
10. Cristo-Rei
11. Bairro Alto
12. Elevador de Santa Justa
13. Padrão dos Descobrimentos
14. Sé Catedral
15. Parque das Nações

23.5.11

liquid na merendinha

[No lugar da antiga Merendinha, à Baixa, surgiu uma casa de sumos e smoothies 100% naturais (fotos  de divulgação)]

A rua Nova do Almada, na Baixa, começa a deixar-nos mal habituados. Num espaço relativamente curto de tempo, têm-se sucedido as novidades e uma das mais recentes atende pelo nome sugestivo de Liquid na Merendinha

Há umas semanas, durante um almoço, chegou-me aos ouvidos que no lugar do vetusto café Merendinha — património municipal da cidade de Lisboa desde 1936 que, para desgosto dos mais fiéis à sua famosa limonada, havia fechado as portas em 2010 —, estava agora a funcionar um bar de sumos e smoothies 100% naturais como ainda não se vira por estas paragens. Fiquei curioso, claro.

[A entrada, pela rua Nova do Almada (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

Por fim, hoje à tarde, lá arranjei tempo para dar um salto até à Baixa-Chiado e, sem mais demoras, embiquei directamente à Merendinha. Não fosse o novo letreiro colorido e o ajuntamento à porta — que logo reconheci tratar-se da redacção em peso da UP, a revista de bordo da TAP, com sede na rua do lado —, e teria acreditado, assim à primeira vista, que alguém me pregara uma peça.

[O espaço é exíguo, com apenas dois balcões, mas simpático e colorido (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

Mas não. O espaço pode até continuar a ser o mesmo, ou seja exíguo e num vão de escada, mas o espírito, a oferta e até a decoração são totalmente outros. Respirei de alívio.

[Todos os sumos e smoothies são preparados na hora (foto de divulgação)]

Na caixa, Teresa Alves Barata — sócia, juntamente com José Salazar —, dá as boas-vindas a quem chega ainda hesitante e não se faz nada rogada em explicar o conceito da casa e em fazer as suas sugestões em função das preferências de cada um. 

[As bebidas são servidas em copos feitos com amido de milho, logo totalmente compostáveis (foto de divulgação)]

A carta divide-se em sumos de frutas e vegetais e smoothies com várias combinações possíveis, mais ou menos energéticos (nos suplementos, destaque para o guaraná, o camu-camu, originários da Amazónia, ou as bagas goji, originárias da China e do Tibete), mais ou menos calóricos (podem levar gelado de iogurte, por exemplo), mas sempre 100% naturais e com o cuidado de incluírem a fibra para tornar as bebidas mais nutritivas e saudáveis. 

Houve também o cuidado de reeditar a limonada, cartão de visita da antiga Merendinha, mas que agora leva na sua composição açúcar amarelo em vez de branco (custa €1,50 o copo), e de introduzir os shots, ricos em antioxidantes, de gengibre e wheatgrass (a erva de trigo), que saem por €1,80 cada um. Desta feita, deixei os shots para uma próxima e deliciei-me antes com um Alvorada (sumo de cenoura, maçã e gengibre).

Existem três medidas (355, 474 e 591 ml), variando os preços dos sumos e dos smoothies  também em função da sua composição (os primeiros andam nos €3/€4, o segundos nos €4/€5 o copo). A terminar, uma nota digna de registo: os copos usados são vegware — ou sejam são feitos com amido de milho, logo perfeitamente compostáveis — e a fruta e vegetais, sempre que possível, são biológicos.

Rua Nova do Almada, 45-A, tel. 913 122 334, de seg. a sáb, entre as 8.00 e as 19.00
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