20.4.11

pastel de belém vs. melhor pastel de nata 2011

[Descubra as diferenças entre os pastéis de Belém (no topo, à dir., e em cima, à esq., fotos D.R.) e os pastéis de nata da Chique de Belém, eleitos os melhores de 2011 (no topo, à esq./foto JMS, e em cima, à dir./foto de Bruno Rezende)]

Não sendo um profundo entendido na matéria, sou um apreciador confesso, e assumido, do pastel de nata em quase todas as suas variantes e cambiantes. O que não quer dizer que seja incapaz de distinguir o bom do acessório ou que me contente com gato por lebre. 


Vem isto a propósito da recente eleição, pela Confraria do Pastel de Nata, do melhor exemplar digno desse nome em 2011, tendo cabido à pastelaria Chique de Belém — como anunciei aqui previamente — a honrosa distinção.


Ao lado do antigo Museu dos Coches — e virada para o novo e não isento de polémica, com desenho do prémio Pritzker Paulo Mendes da Rocha (arquitecto brasileiro), que se ergue a olhos vistos —, a Chique de Belém está muito longe de ser uma novidade para quem frequenta o bairro lisboeta; do mesmo modo, há muito que se comentava a boa fama dos seus pastéis de nata. A distinção vem apenas gerar uma maior curiosidade entre os que não conheciam e que agora podem ficar na dúvida entre jogar pelo seguro e ir directo à Antiga Confeitaria de Belém, que fica apenas a uns metros de distância, ou dar o benefício da dúvida à Chique.
O meu palpite é que, passado o efeito-novidade, tudo volte ao que sempre foi, ou seja, os pastéis de Belém, conhecidos em todo o mundo, continuarão imbatíveis e a Chique continuará a não ter mãos a medir para a sua clientela fiel.


Sempre se disse que, por muito bom que seja o pastel de nata, este jamais se confunde com o pastel de Belém, cujo sabor é, de facto, diferente. Confesso que já comi, e não devo ser o único, alguns pastéis de nata que nada ficam a dever — em termos de consistência da massa folhada, textura e gosto do creme ou tempo certo de forno, só para citar os quesitos óbvios de avaliação — aos pastéis de Belém, mas, reconheço, o sabor nunca é igual.


Munido das melhores intenções — mas desprovido de qualquer rigor científico —, um dia destes passei por Belém e fui a um tira-teimas. A conclusão foi a de que a massa, estaladiça, é mais fina no pastel de nata da Chique, mas a dos pastéis de Belém é mais saborosa; no creme, não consigo notar diferença assinalável na textura, apenas no gosto (sendo de frisar que o nata da Chique está ao melhor nível daquilo que se pode esperar do género, e logo uns bons pontos acima da média dos comuns natas que se encontram um pouco por todo o lado).  


Os dois chegaram-me às mãos quentes e fiz questão de os degustar da mesma forma, que é como quem diz polvilhados com canela (dispenso o açúcar em pó), pelo que, surpresa, surpresa, só mesmo a conta final: o pastel de Belém (€0,95) é mais barato do que o nata da Chique (€1,05).

Antiga Confeitaria de Belém | Rua de Belém, nº 84 a 92, tel. 213 637 423, todos os dias, entre as 8.00 e as 23.00 (até às 00.00 de Junho a Setembro)
A Chique de Belém | Rua da Junqueira, 524, tel. 213 637 995, todos os dias, entre as 6.00 e as 21.00

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