[Vieiras marinadas com guacamole e pão crocante, do chef José Avillez; tosta de sapatareira, do Spazio Buondi-Nobre (fotos de JMS)] |
Confesso. Nos últimos dias, sempre que posso, dou um salto até ao Pátio da Galé, ao Terreiro do Paço, onde está a decorrer, até ao próximo domingo, o certame gastronómico Peixe em Lisboa. Na maior parte das vezes, tenho-me servido do pretexto de querer conhecer este ou aquele chef, de assistir a um ou outro evento do programa, mas também o faço, como hoje, só pelo simples prazer de passar ali ao final da tarde para, aproveitando o ambiente e a temperatura amena, petiscar. De bom grado substituo o jantar pela oportunidade de petiscar nos vários stands montados pelos 13 restaurantes participantes.
A quem não chegam as duas senhas de degustação, no valor de €5 cada, oferecidas com a primeira entrada, não resta outro remédio senão comprar mais — além das de €5, geralmente usadas para entradas e sobremesas, há também as de €8, para pratos principais, embora alguns dos restaurantes estejam ainda a cobrar €13 por criações mais sofisticadas. É um princípio lógico.
O que já não acho tão bem, embora seja cada vez mais prática corrente em eventos de degustação, é o facto de termos de andar com um copo de vidro para trás e para a frente. É a única forma de podermos provar os vários vinhos à disposição no Peixe em Lisboa. Quem só vai por um dia, menos mal; agora quem repete a dose, arrisca-se, como eu, a esquecer-se do dito em casa e a ter de desembolsar €3 por um outro se quiser beber. Parece-me excessivo. Sobretudo se pensarmos que boa parte do vinho a copo custa ali desde €1,50.
Feito o aparte, pertinente, volto ao ponto de partida. Enquanto dura o Peixe em Lisboa, o Pátio da Galé, que pretende ser um novo ponto de encontro na cidade, ganha um atractivo extra para a happy hour ou mesmo para quem vá jantar. Ao fim e ao cabo, não é sempre que se tem à escolha diferentes propostas (ainda que em versão reduzida e adaptadas à circunstância) de alguns dos melhores restaurantes de Lisboa e arredores.
Como escrevi antes, a maioria deles anuncia o menu do dia numa ardósia, mas, para facilitar a tarefa, posso destacar alguns dos acepipes que deve mesmo provar:
- as vieiras com espuma de caril ou o caril verde thai com camarão do Umai; a coca, espécie de pizza mediterrânica à base de farinha de trigo e servida com salada de rúcula, que é uma das novidades do Arola; os búzios gratinados da Tasca do Joel; o ceviche e as vieiras da Fortaleza do Guincho; o bacalhau à brás com azeitonas explosivas ou o torricado de sapateira com abacate do José Avillez; a sopa de santola ou a tosta de sapateira do Spazio Buondi-Nobre; o caldo verde com cavala fumada do Assinatura; o risotto do Eleven; ou ainda, sem poder citar tudo e todos, a sopa fria de tomate com espuma de parmesão e sapateira ou a trouxa de camarão com couli de pimentos do 100 Maneiras.
Pátio da Galé, Terreiro do Paço, até 17 de Abril, das 12.00 às 00.00 (16.00 no último dia, 17), entrada desde €15/pax
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