16.2.12

de castro elias, porque às vezes tudo o que nos apetece é petiscar (e simplificar)

[Miguel Castro e Silva, o chef portuense, há uns tempos em Lisboa, é o consultor do De Castro Elias (foto de divulgação)]


Já passa das nove. 

R., volta e meia minha cúmplice nestas coisas dos prazeres da mesa, está atrasada.

Ataco o couvert e aceito a sugestão de abrir oficialmente a noite com um vinho verde minhoto de Gil Vaz Avesso (€3,20). Médio.

Há tempos que estou para escrever sobre o De Castro Elias, mas, por não ser mais uma novidade e por ter outras prioridades, venho adiando...

[Branco mais branco não há (foto de divulgação)]

... até que hoje, a pretexto do meu último jantar ali, me decidi. Primeiro, nunca foi minha intenção falar apenas de coisas novas; segundo, é provável que, tal como R., muitas outras pessoas ainda não conheçam este espaço.

[À entrada, as mesas altas lembram mais um bar (foto de divulgação)]

No trecho final da Elias Garcia, quase colado à rua Marquês de Sá Bandeira, o De Castro Elias foi buscar o nome à avenida e ao chef portuense Miguel Castro e Silva, que, a par do seu restaurante Largo (Chiado, Lisboa), faz aqui as vezes de consultor.

[O couvert (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

Projeto idealizado por quatro sócios, o De Castro Elias não tem pretensões a ser mais do que é: petiscaria moderna, com apenas 36 lugares, onde servem vários pratos do receituário tradicional português, revisitados e a bom preço.

[A ementa (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

Assim mesmo, sem tirar nem pôr.

Existem vários outros espaços em Lisboa que seguem uma filosofia idêntica, mas, sem alardes ou modismos exagerados, o De Castro Elias possui freguesia cativa e é, na minha opinião, dos que se podem gabar de ter uma ótima relação qualidade-preço.

[A cavala fumada, um peixe muito subestimado e relegado para segundo plano, que os chefs começam agora a recuperar. Esta estava deliciosa e eu nem sou apreciador! (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

A área útil não é muito grande, mas está bem aproveitada, tanto que acrescentaram, digamos, um cantinho onde funcionam igualmente como loja gourmet. Para comer, ou nos sentamos nas mesas altas, de um vermelho vivo, à entrada, ou nos instalamos nas mesas mais recuadas, onde o branco é quem mais ordena. São um espaço só, mas a primeira lembra mais um bar e a segunda um restaurante.

[Ainda nos quentes, mexilhões e morcela com maçã. Nham! (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

Na ementa, curta, há vinho a copo (entre €2,50 e €5,60), pratos do dia (de segunda a sexta, preço médio de €9,60) e um menu para duas pessoas a €34 (Requeijão com compota de abóbora, Maionese de camarão com ovo, Pipis de fígado de frango, Iscas de cachaço de bacalhau, Empadinha de frango e cogumelos, Rojões de porco com milhos de tomate).

[Bem interessante, e saborosa, esta tiborna de bacalhau faz uma releitura da versão servida com batatas a murro (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

E não é só. 

[Depois da primeira garfada... (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

Várias outras sugestões repartidas por três seções: picar, frios e quentes. E também sobremesas, pois então.

[E ainda houve apetite, e curiosidade, para esta raia de alhada (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

Eu prefiro sempre partilhar os petiscos e depois, se ainda houver apetite, passar a um dos pratos. 

Ah, nota positiva para a água da torneira, como agora é da praxe, servida numa garrafa de vidro estilizada e sem custos. Faz sentido que assim seja e que quem deseje uma água diferente pague por isso. No final, deu €25 por pessoa, mas dá para fazer por menos.

Av. Elias Garcia, 180-BLisboa, tel. 217 979 214, todos os dias, entre as 12.30 e as 15.00 e entre as 19.30 e as 23.30.

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