21.3.12

há uma nova capicua na cidade: o brunch do eleven em 11 passos, todos os sábados

[Mesa a preceito para o novo brunch de sábado do Eleven (foto de divulgação)]

Não é que seja insensível à poesia do nascer do dia. Tão pouco faço vista grossa à beleza diáfana da luz matinal, mas, e a verdade é essa, "I'm not a morning person", se é que me faço entender.

[O Jardim Amália Rodrigues, em pleno centro de Lisboa, está cheio de recantos que nos fazem crer a milhas da confusão urbana (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

Por isso mesmo, ainda não se usava por cá, e já eu tinha aderido, de corpo e alma, ao conceito de brunch. Se não gostam do termo, chamem-lhe "pequeno-almoço almoçarado", "almoço com cara de pequeno-almoço" "almoço-pequeno"; o que preferirem, como preferirem, não importa. 

[O Jardim Amália Rodrigues é perfeito para descontrair antes ou depois do brunch no Eleven (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

O que vale mesmo é a intenção, e essa é, parece-me, genuinamente boa. Agrada-me sobremaneira a possibilidade de poder acordar tarde ao fim-de-semana e, mesmo assim, ir a tempo de me reunir à mesa com amigos, familiares, quem seja. Porque àquela hora, por regra, já é tarde para tomar o pequeno-almoço, mas, por se tratar da primeira refeição do dia, ainda não nos apetece que tenha exatamente o jeito de um almoço. Para mim, é esse o espírito do brunch: algo entre uma coisa e outra, sem pressas de sair da mesa, sem olhar para o relógio, à margem de convenções e rotinas.

[A vista, até ao Tejo, a partir do alto do Parque Eduardo VII (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

Há coisa de duas semanas, num sábado já primaveril e pleno de possibilidades, o Eleven, que tem entre os seus 11 sócios o chef Joachim Koerper e o grupo Lágrimas Hotels & Emotions (já falei de todos eles neste blog, por mais de uma vez e por diferentes motivos, por isso vou-me abster de maiores apresentações), aderiu à moda e lançou a sua própria versão de brunch.

[As janelas de alto a baixo, a todo o comprimento do Eleven, desvendam meia Lisboa (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

Tratando-se do Eleven, claro que a fasquia é mais alta. Servido apenas aos sábados, entre as 12 e as 15 horas, tem um custo de €35 por pessoa. É um horário reduzido (para os padrões habituais do que se entende por brunch) e um preço um tanto "puxado" (quando comparado a outras opções já existente em Lisboa), mas temos de saber avaliar as coisas pelo que elas são (e valem). O Eleven é um restaurante de luxo, numa zona privilegiada da cidade (no alto do Parque Eduardo VII, já dentro do Jardim Amália Rodrigues, com uma vista primorosa), e o serviço de brunch idealizado por Koerper e pela sua equipa faz jus a isso mesmo.

[O ambiente da sala (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

Do brunch, propriamente dito, darei todos os pormenores daqui a nada. Antes, cabe aqui um preâmbulo para falar de uma outra coisa, ou melhor, de um outro prazer, que associo a esse ritual: o poder, enquanto lisboeta, desfrutar da minha cidade e ser também eu um pouco turista. É algo que faço com frequência e recomendo vivamente. Ainda mais neste caso, porque o brunch do Eleven dá-nos o pretexto perfeito para, antes ou depois, ficar no Jardim Amália Rodrigues a usufruir da vista, dos espaços verdes, do lago e da calma. As crianças adoram e os adultos voltam a ser, também eles, um pouco crianças.

[A ementa, em 11 pedaços, do brunch do Eleven (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

De caras, uma vantagem do Eleven é que, graças às suas janelas de alto a baixo, a todo o comprimento da sala, não vai precisar abdicar da vista, nem do Sol nem da vida lá fora, enquanto estiver a "brunchar".

[Açúcar ou adoçante? (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

Chegados a este ponto, é tempo de nos instalarmos à mesa e deixarmos os trabalhos fluírem. Isto porque, ao contrário da maioria dos brunchs que funciona em regime de buffet, o do Eleven é servido a preceito, em 11 momentos ou pedaços (como entenderam chamar-lhes). Será que fica mais formal por isso? Fica, mas lá está, é esta a proposta do Eleven e, convenhamos, é muito bom também ficarmos à mesa com todas as coisas a virem até nós. 

[A pastelaria do Eleven, com diferentes tipos de croissants, donuts, telhas... (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

À entrada, para abrir os trabalhos, uma cesta com vários tipos de pães, manteiga, compota de abóbora, café, chá, leite, sumo de laranja e também uma travessa nanabesca de croissants, donuts, telhas (uma das marcas registadas da casa, muito finas e crocantes), caracóis, madalenas, entre outras coisas boas e doces. Todas elas, bem como os pães, produzidas na casa pelos chefs-pasteleiros Gonçalo União e Elisa Estrelinha

[Os bolos são todos confecionados no Eleven (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

Um verdadeiro festim.  

[Os pães e a compota de abóbora (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

Onde os olhos, detalhe importante, também comem.

[As flores dão o toque primaveril indispensável (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

Segunda etapa. Entram os frios, em prato individual, com boa variedade de fiambres, queijos e salmão fumado.

[O prato de frios (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

As frutas, servidas em seguida, são fundamentais para limpar o palato, refrescando as papilas gustativas, e encorajar-nos a continuar.

[As frutas (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

Uma mini cocotte chega à mesa. A peça em ferro, criada pela Staub, faz as delícias de quem aprecia estes detalhes, mas logo é o seu recheio que ganha todas as atenções: salsichas biológicas com especiarias e ovos mexidos. 

[Na cocotte, salsichas biológicas e ovos mexidos (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

Este tipo de comida já pede outro acompanhamento, por isso é-nos servido um vinho espumante, mais precisamente um cava da vizinha Espanha. 

[Espumante ao brunch? Sim, pode (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

O que se vem a revelar igualmente certeiro para a maridagem com o último prato: cachaço de porco preto com legumes grelhados e batata palha.

[Cachaço de porco preto (©joão miguel simões, todos os direitos reservados)]

Muita comida? Que nada, afinal é sábado e toda a preguiça não será castigada. E querem maior regalo do que ficar depois, logo ali, a ver a vida e Lisboa a passar? 

Av. Marquês da Fronteira (dentro do Jardim Amália Rodrigues), tel. 213 862 211, o brunch é servido, todos os sábados, entre as 12.00 e as 15.00

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