17.3.11

j'adore macarons

[Embalagens da J'adore Macarons com mini-macarons, fotos D.R.]


Depois dos cupcakes, os macarons. Modismo ou não, o tempo logo dirá, como sempre acontece nestas coisas. Até lá, não vejo que venha grande mal ao mundo por estarmos a tentar diversificar a oferta e a alargar a paleta de cores e sabores.
Não me vou alongar muito a explicar o que são os macarons. Biscoitos ou bolachas, o termo certo não é fácil de encontrar, mas, para lá da quase infinidade de recheios possíveis e cores imaginárias, ressalta a sua forma arredondada, a sua consistência crocante sem ser estaladiça, com uma massa que não chega a ser esponjosa e se desfaz, juntamente com o recheio, na boca. A receita, dizem, veio de Itália, mas foi em França, sobretudo na corte de Versalhes, que foi elevada à categoria de arte. No resto, casas parisienses como a Ladurée ou, mais recentemente, a Carette asseguram a tradição e os seus macarons são copiados um pouco por todo o mundo.
E é aqui que a coisa começa a piar mais fino. Copiar não é difícil; difícil é acertar na massa e nos recheios, pois pode até parecer uma brincadeira, mas nas melhores casas especializadas em macarons há chefes pasteleiros a tratar do assunto, o que deve querer dizer alguma coisa.
Em Lisboa, que eu saiba, podemos degustá-los no salão de chá Castela do Paulo, encomendá-los no sítio da Maison Macarons e comprá-los no ponto de venda da J'adore Macarons, ao Chiado. Das duas primeiras opções não falarei por falta de conhecimento próprio, mas fui, por fim, aos Armazéns Chiado, na rua do Carmo, para conhecer os macarons em versão lisboeta. Nas últimas semanas, várias publicações têm apresentado a J'adore Macarons como novidade, mas o negócio das amigas Mafalda e Liliana, apesar de bem intencionado e com um visual cuidado (o layout e as embalagens não são originais, mas fazem vista), divide as opiniões de quem já provou e gostou ou não.
Se reparar bem, eu falei em ponto de venda e não em loja. Não foi por acaso. Quando estiver no 4ª piso dos armazéns, no mesmo onde fica a entrada da Fnac, não procure uma loja e aponte antes na direcção da Bluestore, pois é em frente que está o pequeno quiosque da J'adore Macarons. À disposição, vários recheios (que, de caras, achei algo previsíveis: pistache, banana, café, caramelo, frutos do bosque, baunilha...) e tamanhos (do mini, a €0,55/unid, ao regular, a €1,10/unid, passando por versões maiores e especiais que chegam a custar €3,50/unid). Pensei em optar pela caixa composta de seis unidades (mini-macarons), mas ter-me-ia de sujeitar aos sabores — que não me entusiasmaram por ai além — e preferi eu mesmo escolher os que queria levar.
Na hora, provei um de pistache e outro de frutos silvestres. O tamanho dos regulares pode até ser generoso, mas pareceram-me mal acabados, para não dizer toscos. Tudo bem, é um trabalho artesanal, mas uma das coisas que mais distingue os macarons é a sua subtileza e finesse, o que falta aos da J'adore Macarons. Para não me ficar apenas nas aparências, acrescento que a massa estava fresca, mas tenho de dar razão a quem a comparou à de um suspiro. Excessivamente quebradiça. O recheio também não me deslumbrou e reforçou-me a sensação de estar a comer merengue e não legítimos macarons.
De propósito, fiz questão de guardar os restantes no frigorífico para ver como se portariam de um dia para o outro. Aguentaram relativamente bem e não notei que tivessem ficado mais secos, mas o veredicto está dado. São terríveis? Não, não são, mas também não são nada de especial. E isso, para quem sonharia encontrar em Lisboa macarons "à séria", pode ser uma valente decepção.

Armazéns Chiado, rua do Carmo, nº2, piso 4, todos os dias, das 10.00 às 22.oo

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